Respiro fundo, uma, duas, três vezes. Era agora, eu teria que enfrentar ele, eu teria de ter essa conversa. Toco a campainha, espero roendo as unhas, esse era um dos meus péssimos hábitos, e como todas as minhas unhas quando estou nervosa, ansiosa enfim, eu sempre estou roendo as unhas, é por isso que quase não tenho unha. A porta se abre e senhor Victor me oferece um sorriso.
Ele é viril e não aparentar ter a idade que tem, seu rosto e suas afeições me lembram de Mai, ela é uma completa cópia do pai, até o sorriso é dele. Durante boa parte da minha infância o senhor Victor esteve presente como um segundo pai, isso só se fortaleceu quando meu pai se separou da minha mãe e saiu de casa, senhor Victor virou um exemplo pra mim, claro que eu nunca deixei de me orgulhar do meu pai, mas, passei a admirar o senhor Victor um pouquinho mais.
" Dulce, é bom vê você, veio vê o Christopher não é ? Ele me disse que você iria vim " ele diz simpático, oh merda, Christopher disse que eu ia vim ?
Sorrio um pouco sem graça " sim senhor Victor, ele esta em casa ? "
" claro, esta lá no quarto tocando aquele bendito violão, ele não sai de lá " por que será que notou certa reprovação na voz dele ?
" Maite vamos logo estamos ... " Dona ale se cala quando me vê " Dulce, querida olá " ela vem até mim e me abraça forte
Saio do abraço sorrindo " olá dona Ale, estão de saída ? " pergunto quando noto o quanto os dois estão bem arrumados
" sim, vamos jantar fora " ela responde
Mordo os lábios " Christopher também vai ? "
Mai desce as escadas " não, ele disse que tinha uns assuntos pra resolver com você " ela vem até mim e me abraça " quero detalhes depois " sussurra no meu ouvido, depois se afasta dando um sorriso malicioso
Agora sim, não teria como fugir dela mais tarde " bem, ele poderia ir, não vamos demorar é um assunto bem rápido de uma matéria que ele não entendeu bem " minto
Eu odeio mentir principalmente pra eles, que além de serem ótimas pessoas me conhecem desde criança, mais, o que iria dizer ? A não sabe o que é seu filho quer falar sobre o nosso beijo de sábado, e o de hoje mais cedo no armário de limpeza da escola, não, eu não diria isso, tipo nunca, nunca mesmo.
Victor sorri " não se preocupe, ele escolheu não ir e na verdade ficamos felizes em vê o quanto ele esta empenhado nos estudos " ah, se eles soubessem
" é melhor irmos se não perdemos as reservas " dona Ale me abraça novamente " sinta-se a vontade querida "
" obrigado, bom jantar pra vocês " aceno com as mãos, eles saem e posso vê Mai fazendo gestos pra mim, dou uma risada assentindo, eu teria mesmo que desabafar com ela uma hora ou outra.
Sigo até o quarto dele, assim que chego no pequeno corredor posso ouvir sua voz, paro em frente a porta de seu quarto e fico apenas escutando. Era incrível como a voz dele era linda, eu poderia ouvi-lo cantar eternamente e jamais enjoaria, sério, eu era apaixonada pela voz dele. Abro a porta e encontro ele sentado em sua cama com o violão nas mãos, ele para de tocar e ergue os olhos, quando me vê abre um sorriso.
" você veio " ele diz surpreso, acho que não achava que eu ia vim mesmo
Sorrio sem graça " eu disse que ia vim "
Ele larga o violão e se levanta vindo em minha direção, foi muito rápido, em um minuto eu estava em pé o encarando de certa distância, no minuto seguinte eu estava totalmente envolvida em um abraço. Ouço ele respirar fundo enquanto ainda me apertava em seu abraço, quando ele afrouxa um pouco o aperto penso que vai se afastar mas, é ao contrário, ele esmaga seus lábios aos meus, iniciando mais um beijo maravilhoso. Não sei o que deu em mim mas, eu correspondi a altura.
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Adolescente em crise - Vondy | Tema: Vondy
Ciencia FicciónNo ensino médio, pagar mico passou a ser especialidade de Dulce. Todos sempre riam e zombavam dela, por sempre se meter em confusões mas, que culpa ela tinha de ser desastrada ? Sua vida está em crise e tudo se complica ainda mais quando ela volta a...