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CAMI

CAMILA ESTAVA ACOSTUMADA A ir para o quarto de Percy toda noite, mas naquela noite ela sabia que não devia ir pra lá. Ao invés disso foi para o de Annabeth.
Quando chegou lá, a garota ainda estava acordada, embrulhada na coberta, e chegou para o lado para que Cami pudesse deitar junto de si. Camila se deitou ao lado da amiga e as duas dormiram abraçadas.

Seus olhos se abriram. Ele percebeu que o que tinha acabado de ouvir era o trem de pouso sendo baixado. Houve uma batida na porta e Jason colocou sua cabeça para dentro. Os hematomas em seu rosto haviam sumido. Seus olhos escuros brilhavam com animação.

- Ei, vocês duas. - ele disse. - Nós estamos descendo sobre Roma.

O céu estava brilhante, como se a tempestade nunca tivesse existido. O sol amanheceu sobre as colinas distantes, então tudo abaixo deles brilhava e cintilava como se toda a cidade de Roma houvesse acabado de sair de um lava rápido.
Cami já tinha visto grandes cidades antes. Ela era de New York, depois de tudo. Mas a imensidão de Roma agarrou-a pela garganta e tornou-se difícil respirar. A cidade parecia não levar em conta as limitações da geografia. Espalhava-se através de montes e vales, saltava o Tibre com dezenas de pontes e se estendia pelo horizonte. Ruas e becos ziguezagueavam sem ritmo ou razão através de mantas de bairros. Havia edifícios comerciais de vidro ao lado de locais de escavação. A catedral estava ao lado de uma linha de colunas romanas, que estava ao lado de um estádio de futebol moderno. Em algumas vizinhanças, velhas vilas de estuque com os telhados vermelhos enchiam as ruas de paralelepípedos, de modo que se Cami se concentrasse apenas em algumas áreas, ele podia se imaginar de volta aos tempos antigos. Todo lugar que ele olhava, havia largas praças e ruas congestionadas. Parques cortavam toda a cidade com uma louca coleção de palmeiras, pinheiros, zimbros e oliveiras, como se Roma não conseguisse decidir de qual parte do mundo pertencia – ou talvez apenas acreditasse-se que todo o mundo pertencia a Roma.

- Nós iremos ancorar naquele parque. - Leo anunciou, apontando para um espaço amplo verde com palmeiras. - Vamos esperar que a Névoa nos faça parecer um pombo gordo ou algo assim.

Cami desejou que a irmã de Jason, Thalia estivesse ali. Ela sempre teve um modo de manipular a Névoa para que vissem o que ela queria, além do mais, ela sentia tanta falta da garota que chegava a doer um pouquinho, assim como sentia de Grover e assim como sentiria de Annabeth.

O Argo II posou no campo gramado e os remos se retraíram. O barulho do tráfego estava ao redor deles, mas o parque em si era pacífico e deserto. À esquerda deles, um gramado verde inclinado em direção a uma linha de madeira. Uma antiga vila situada à sombra de alguns pinheiros estranhos, com seus troncos finos curvilíneos que tinham cerce de trinta ou quarenta pés, que brotaram em dosséis inchados. À direita, serpenteando ao longo do topo de uma colina, havia uma parede de tijolos com entalhes no topo dos arcanjos – talvez uma linha defensiva medieval, talvez da Antiga Roma. Para o norte, cerca de um quilômetro de distancia através das dobras da cidade, o topo do Coliseu subia acima dos telhados, olhando como se faz naquelas fotos de viagem.

Jason apontou para a base dos arqueiros na parede, onde degraus desciam em algum tipo de túnel.

- Eu acho que sei onde estamos. - disse ele. - Esse é túmulo dos Scipios.

Percy franziu a testa.

- Scipio... O pégaso de Reyna?

- Não. - Annabeth disse. - Eles eram uma família nobre romana... Uau, esse lugar é incrível.

Jason assentiu.

- Eu estudei mapas de Roma antes. Eu sempre quis vir aqui, mas...

Ninguém se preocupou em terminar a frase. Eles fizeram isso. Eles desembarcaram em Roma – a Roma.

AFTERGLOW pt. 2 [Percy Jackson]Onde histórias criam vida. Descubra agora