capítulo 4

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Ela faz um carinho no rosto dele, que fica o tempo todo calado e com um olhar distante.
Anna se sente muito tentada a perguntar o que houve, mas fica quieta.
Em um certo momento, ela percebe os olhos dele vazios mas marejados. Não se contém.

- Cristian, o que está acontecendo?

- Não posso te envolver nisso, na verdade nem deveria estar aqui, vou embora.

- Espere, não vá. Fique aqui comigo, não está em condições de sair por aí.

- Nem me conhece direito, se lembra? Não vou te dar mais trabalho.

- Eu quero que fique. - ela o abraça com carinho e com os olhos suplicantes.

- Anna... não posso te envolver, tenho minhas razões pra isso.

- Quem fez isso com você? Seu lábio está ferido...seu coração...por favor, deixa eu te ajudar

Cristian a olha com um sorriso lindo.
Seu maior desejo, neste momento é toma- lá nos braços, mas se lembra do que Helena falou " Você é meu" não consegue esquecer.
Se levanta e vai em direção a porta.

- Obrigada, eu...precisava muito disso. Foi confortante.

- Quero ser mais que isso pra você, não me negue isso.

- Anna, de verdade não posso.

Ela o abraça forte e o beija com paixão. Por mais que ele tente se esquivar, não consegue. É mais forte do que ele, e quando se dá por si, está completamente entregue a ela.
Suas mãos são exigentes, quando a toca tão fundo que arranca um suspiro longo dela, fazendo ele ficar enlouquecido simplesmente com isso.
Por mais delicioso que seja tudo isso, não consegue ir adiante e se afasta rápido.
Anna o olha surpresa.

- Não me quer? É isso?

- Não é isso... é que não consigo...me entenda, estou de verdade tão confuso comigo mesmo, que preciso realmente de um tempo.

- Essa pessoa que fez isso com você, é monstruosa. Como pode mexer tanto com você e abalar o seu psicológico desse jeito?

Ele cruza os braços e sorrindo pergunta.

- Agora resolveu ser minha psicanalista? Sério isso?

- Acho que sim, e assim treino o que aprendi na faculdade. - sorri.

- Agradeço muito pela atenção, e por todo o resto, mas não posso te envolver nesse meu problema. Eu que tenho que resolver, não quero ninguém mais envolvido nisso.

Ela o olha com carinho.

- Tem certeza?

- Sim.

- De verdade?

- De verdade.

- Sabe que pode contar comigo, sempre que precisar.

Ele se aproxima dela e a abraça.

- Sabe, nunca pensei que desabaria na frente de uma mulher, não gosto de me sentir frágil.

- Todo mundo acaba se fragilizando, quando se é violado, é o que parece que aconteceu com você...porque te machuca tanto, que só pode ser isso que aconteceu.

- Como ...chegou a essa conclusão?

- Seu semblante, estava destruído quando chegou aqui, senti seu medo e sua fúria. Estava tudo em um misto de outras tantas coisas...queria poder bater em quem fez isso com você.

Agora o sorriso dele é divertido.

- Bateria em alguém por minha causa? De verdade?

- Sim, eu farei isso.

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