Tentei falar tudo em uma única carta mas acho que assim é melhor.
Meus olhos estavam fechados, mas sentia gotas de água a cair em minha testa, faço esforço para abrir meus olhos e aos poucos consigo. Meu corpo está em frangalhos, sinto dores por toda parte porém não sei se isso é o pior, descobrirei qual é meu fim assim que olhar para o lado.
Ao virar minha cabeça com muita dificuldade vejo que estou em minha cela e uma briza marítima me enche as narinas, o quarto estava iluminado tão qual o próprio dia, como ? Eu não sabia.“ Já estou morta ?”.
Um pensamento me escapou dentre os lábios, encaro o teto que outrora sem graça e frio, agora irradiava como se tivesse luz própria.
Minha cabeça aos poucos começa a pesar e em um momento viro-me e sou obrigada a encarar o chão, que para meus espanto estava coberto de água.“ Oque está acontecendo?”.
Meu corpo é puxado para a água como se estivesse preso a um ímã, o volume de água era grande a ponto de chegar a beira da cama, me agarrei com todas as forças mas algo me puxava, segundos depois eu estava me debatendo em meio a água e em um terço de tempo estava sendo puxada novamente, era como se de uma hora para outra eu caísse de um teto em cima de algo muito macio.
Estava a tocir muito devido a toda a água que havia engolido. Ao expreitar os olhos que naquele momento estava embaçados e ardiam de forma terrível me vejo em um cômodo familiar. Minha casa, depois de anos…eu estava naquele quarto novamente. Era como se o tempo não tivesse passado por aqui, cada objeto estava da forma que eu tinha deixado. Desde o velho porta retrados que eu teimava em guardar pois foi me dado por minha mãe ao sapatos e ternos de Carlos em seu closet. Fiz questão de fuçar cada lugar. Como cheguei ali ou o porque não me importava, apenas queria um momento de distração da realidade, pela primeira vez em muito tempo consigo sentir algum sentimento bom, a nostalgia.
Por um momento me esqueço que Carlos me colocou em um lugar para sofrer até o dia de minha morte, não me lembro de que abandonei o homem que realmente amava, abandonei minha família e amigos.
E agora…. “Você está abandonada”.
Na mesma proporção com que os sentidos bons surgiram eles também se foram, como se uma voz me chamasse escutava suas palavras de longe, a voz parecia a do homem que acabará de matar.“ Ou a de quem você realmente quer o fazer.”
Ao abri meus olhos novamente me vejo deitada seria Ilário acordar da mesma forma de que meu sonho, porém na vida real eu estava acorrentada e com diversos soros e outras coisas a minha volta, dessa vez ao olhar para o lado me deparo com uma cena tão imprecionante quanto a “piscina” de agora a pouco, ao meu lado a me encarar estava meu carrasco de alta classe sentado em sua poltrona com etiquetas ecologicamentes corretas .
-Oque eu faço com você?- Ele olhava em meus olhos enquanto esfregava o queixo lentamente.
- Acha que vai para o paraíso depois do que fez ontem?.- Seu anel com um enorme rubi em seu dedo que uma vez ou outra era retirado demonstrava que por dentro ele estava inquieto .
- Logo você, falar em céu? Achei que não acreditasse nessas coisas .
- Pois vou te imprecionar dizendo que sim.- É até engraçado isso vir de você.
- Ácreditamos tanto que já escolhemos nosso lado nessa guerra. O que me pergunto e você, já escolheu o seu? Porque se agarra tanto a vida ?.
- Não tenho apego por minha vida, tenho apego pelos que dependem dela, os que confiam e acreditam e mim.
- Existem pessoas assim? Quem depositária esperança em você?.
- Quem me faria arrebentar uma porta daquelas?.
- Vejo que já escolheu seu lado, uma grande proesa adimito .
- Obrigada. Me observava enquanto dormia, não me diga ué se apaixonou por mim ou algo do tipo?- cada palavra sai da forma mais amarga possível.
- Te respondo mas tem que me responder primeiro algo,é enquanto quebro seus dedos, enquanto suas diárias doses de drogas são aplicadas, quando te forçam a tomar mais ou quando vê cada dia um que está a sua volta morrer ? Quando você faz suas orações e clama por ajuda?.
Aquilo era mais do que uma provocação, era um ataque desistabilizante .
- Oque ? Não me olhe assim, sua força se foi tão derepente, fui sua Dalila arrancado essa sua marra ?Qual Deus clama? Em que acredita ? E porque ele não a ajuda?.
- Você era uma boa pessoa, certo? Porque está passando por isso?.
A cada palavra meu coração se esvai, estão me matando, eu estou morrendo aos poucos, então em minha mente surge Marcos, minha família, Sara e o homem que ajudei. Então minha boca toma vida própria esbanjando palavras que alguém minha situação não ousaria, mas oque posso fazer ? Sou incrivelmente insolente e irritante.
- Está é a primeira vez que fala sobre esse tipo de coisa, não tem medo que como Sansão ele me conceda forças uma última vez para matar você? Talvez eu tenha me enfiado aqui com minhas próprias mãos mas se ainda estou viva, alguém lá em cima pode acreditar que eu acabeirei com todos vocês, um por um.
- Está se achando uma mercenária ou coisa do tipo? Lá for a essistem pessoas como você, elas tem religiões e culturas diferentes,elas acreditam tolamente no bem, que alguém vai limpar a sociedade, esse tipo de pessoa a cada dia diminuí. Sabe porque ? Porque estamos em toda a parte acendemos a faísca em cada camada social e deixamos que eles lutem entre si. Não precisamos de muita coisa para que isso aconteça .
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Cartas de Luci
Mystery / ThrillerRecebido as 19:00. Atualizações sobre a paciente, ficha técnica e comentários De: Supervisora chefe Para: Ficha técnica do paciência. Luci, necessário alta supervisão em virtude de sua condição. Necessário altas doses e com previsão de aumento de...