Capitulo Quatro

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 — Nem pra ser o dono do morro? Eu sumo por cinco minutos e você já sai abrindo as pernas pro primeiro ladrãozinho pé de chinelo que aparece

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— Nem pra ser o dono do morro? Eu sumo por cinco minutos e você já sai abrindo as pernas pro primeiro ladrãozinho pé de chinelo que aparece. Você consegue ser nojenta às vezes sabia Lays? - Verônica protestava no refeitório  enquanto comíamos saladas de frutas no intervalo entre uma aula e outra.

— Em primeiro lugar, eu não abri as pernas pra ninguém. Você tá igual o Lucas? Se soubesse que ia me julgar assim, nem teria te contado. Era para ter sido só um beijo, mas nem isso foi. E segundo, prefiro um rapaz que seja pobre e humilde do que alguém que está naquela vida por escolha própria ao invés de por falta de opções. Ele vive naquelas condições porque a mãe era viciada e não porque ele é um.

— Indiferente amiga, lembre-se sempre do nosso lugar. Não existe conexão entre nós e essa gente. Eu transei com um cara ontem, e não passou disso, apenas uma noite. E olha que ele era um baita gostoso. Além do mais ele pode ter mentido tudo que sabe sobre ele, você é ingênua demais. Esse tipo de pessoa é só pra se divertir de vez em quando, você tem o mundo aos seus pés Lays, pode ter o cara que quiser, então busque sempre o melhor. Se quiser voltar naquele morro e dar uns pegas nesse tal Caique, tem todo meu apoio, até vou com você, mas dizer que está apaixonada já ultrapassa todos os níveis de insanidade.

    Apesar do julgamento da minha amiga, eu continuava querendo saber qual seria o desfecho da noite anterior caso eu tivesse ficado mais um pouco na praia. E continuava querendo encontrar o Caique novamente. As borboletas no estômago apareciam com cada vez mais intensidade todas as vezes que me lembrava dele cantando no meu ouvido.

Quando cheguei do colégio, meu pai estava furioso porque recebeu um telefonema do Lucas, dizendo que estava preocupado comigo e com as companhias que eu estava andando, que eu estava em um lugar cheio de bêbados e drogados. É claro que, com isso, o castigo não foi nada suave. Um mês sem celular, e eu não poderia sair com as minhas amigas até que meu boletim chegasse e meu pai visse que as tais companhias não estavam influenciando nas minhas notas também, o que faria com que eu ficasse uns quatro meses trancada em casa, e se houvesse uma nota vermelha no meu boletim, o castigo se estenderia pelas férias também. E por mais que eu ficasse chateada, meu pai dizia que estava fazendo tudo isso por amor. Como eu tinha vontade de dizer pra ele que se me amasse de verdade me deixaria ser livre....

Ele achou que o castigo faria com que eu refletisse sobre meus atos e não quisesse nunca mais torná-los a repetir, mas tudo que eu queria era voltar á praia e beijar Caique.  

Fui dormir cedo, já que não havia nada pra fazer, a não ser assistir alguns seriados na TV, que foi a única coisa que papai não tirou de mim. 

Por volta de meia noite, acordei escutando uma movimentação estranha do lado de fora de casa. Sirenes de polícia, passos, vozes, a voz do meu pai, a voz dele, Caique. Vesti um roupão e corri para o lado de fora da casa, pra ver o que havia acontecido.

Quando cheguei lá, a imagem que vi cortou meu coração, era Caique sendo levado para fora do jardim da minha casa por dois policiais, que não hesitaram em ser brutos.
Provavelmente ele deve ter tentado entrar aqui pra falar comigo e meu pai deve ter chamado a polícia.
É tudo culpa minha. Se eu tivesse dito a verdade pra ele sobre quem eu era, talvez isso não teria acontecido.

— Soltem ele, por favor! É meu amigo! - Protestei em meio às lágrimas

— Lays, foi você quem passou nosso endereço pra esse ladrãozinho? Ele estava tentando roubar a nossa casa! Ainda bem que os vizinhos chamaram a polícia. É por isso que não quero você fora de casa, só arranja problemas, pra você e para os outros, confia em palavras bonitas de qualquer pessoa. - Meu pai dizia com uma frieza enorme, e foi aí que eu explodi.

— Já estou farta de você! - Gritei enquanto corria pra dentro de casa, chorando ainda mais.

Era péssima a sensação de impotência, de saber que o garoto que eu havia gostado e que havia gostado de mim também, que havia feito eu sentir sensações boas que eu nunca havia sentido antes, estava sendo preso injustamente e eu não havia conseguido fazer nada pra impedir.

Desejos Do Coração [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora