JOE
O rosto dele arde enquanto ele volta para o apartamento. Joe nunca imaginou que June o bateria, mas ela o fez. Um tapa, certeiro, no lado esquerdo do rosto dele. Ela provavelmente nunca mais vai querer o ver. Ele consegue imaginar ela contando a Luther todas as coisas profanas que ele fez com ela. Ele consegue sentir o punho de Luther na cara dele... mas isso é tudo apenas na mente dele.
-Cadê a June? -Luther pergunta. -Por que você já voltou?
-Ela foi embora. -Joe diz.
Ele não quer se afundar ainda mais na mentira, não sabe o que vai acontecer a partir daqui.
-Você não vai comer? -Anna pergunta a ele. Joe apenas faz que não com a cabeça.
Jamie é o único que parece reparar no rosto ainda vermelho de Joe. Ele entrou no apartamento de cabeça baixa e se manteve assim. Ele segue direto para a varanda, acende um cigarro. O amigo vem atrás dele.
-O que você fez? -Jamie pergunta. -Eu vou ter que te bater também? Ou ela já fez o suficiente?
-Não foi nada. -Joe passa a mão no próprio rosto. -Eu mereci.
-Eu tenho certeza que sim. -Ele ri, enfia a mão no bolso da calça. -Ela esqueceu isso em cima da pia do banheiro. -Jamie brinca com o colar de estrelas em suas mãos. -Ela te ligou, mas você não atendeu e como ela sabia que você tinha pedido a minha ajuda, resolveu arriscar.
-Eu deveria ter atendido ela.
-Deveria. -Jamie diz. -Mas deu tudo certo, no fim das contas. Eu peguei o colar e guardei, salvando a porra da sua bunda branquela.
-Obrigado. -Joe o agradece. -Por tudo, na verdade. Você tem me salvado mais vezes do que sou capaz de agradecer, ultimamente.
-Disponha. -Ele ri, guarda o colar e pega o próprio cigarro no outro bolso da calça. -Eu adoro ela. A June é incrível.
-Ela é, não é? -Joe sorri. -E tem um tapa muito forte para alguém que não é capaz de fazer mal a uma mosca.
Jamie gargalha.
-Não sei como você vai sair disso tudo, Joe... -Ele sopra fumaça para o alto. -Mas espero que seja em um altar, ao lado dessa garota.
-Eu também espero. -Joe ri. Foi absurdamente fácil admitir isso, ele se sente diferente, de alguma forma. -Só quero o bem dela.
-E nós podemos concordar que o bem dela não é aquele cara. -Jamie aponta com o polegar por cima do ombro, indicando a sala onde Sebastian está.
-Se depender de mim, ele nunca vai sequer olhar na direção dela.
-Digo o mesmo. -Jamie faz um high-five com ele.
Joe tenta não pensar que até alguns minutos atrás, ele queria que June aceitasse aquela mão nela. No meio das pernas dela.
A dor do tapa o faz se sentir melhor.
🎸
JUNE
June não consegue acreditar! Simplesmente não consegue acreditar em como Joseph Anthony Francis Quinn é um idiota!
Enquanto ela caminha, sem rumo, com a mão ardendo, ela só consegue pensar que nunca mais quer olhar na direção dele. Não quer falar com ele, sequer ouvir seu maldito nome. Claro, a proposta era tentadora, June se sentiu excitada assim que as palavras saíram da boca dele, mas como ele pôde dizer algo assim para ela? Como ele pôde a descartar dessa forma? Ele não a quer mais? Ele se arrepende? Se ele gostasse o suficiente dela, ele teria ciúmes só de pensar nela com outra pessoa, isso é fato, o que quer dizer que ele não gosta tanto assim dela. Não como ela pensou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Slow Down
FanfictionJuniper Donahue tem poucas preocupações na vida: O que ela vai pedir para o jantar? Qual vai ser sua próxima viagem? Quando vão lançar o novo livro da sua série favorita? Mas apenas uma delas a mantém acordada a noite: Como ela vai se livrar de...