Capítulo 10.

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JUNE

Acordar ao lado de Joe foi melhor do que ela esperava, mas eles não tiveram muito tempo para aproveitar os toques um do outro, pela manhã. O colchão deixou June com uma leve dor nas costas, ou talvez tenha sido o fato de Joe a ter feito arquear tanto as costas enquanto ela gozava, ao longo de toda a noite. Ela pegou um táxi para casa, precisava se trocar e ir trabalhar. O cabelo dela, assim como o corpo, tem o cheiro de Joe e dos sais de banho de melão. Ela gostaria de passar o resto da vida na cama, com ele, tocando sua pele quente e vendo o sol atingir seu ápice no céu. Joe levou o colchão para a sala, de frente para a enorme janela, assim, eles iriam dormir vendo as estrelas. Ela o fez ver estrelas a noite toda.

June encontra a avó na sala de estar, junto com a mãe. Ambas tomando café da manhã.

-Senta. -A avó ordena, apontando para a poltrona.

June obedece. Ninguém é louco o suficiente para ignorar uma ordem de Lucinda Donahue.

Ela estende o braço na direção da mesinha de centro e pega um cookie amanteigado, a avó serve chá para ela.

-Eu preciso ir trabalhar. -June diz, enquanto pega a xícara.

-Eu sei, mas você pode tomar café da manhã com a gente antes de ir. -Indy responde.

A mãe olha para June com divertimento e tédio, ao mesmo tempo. Isolde sempre foi profissional em ignorar June. Por isso o irmão é tão protetor. Luther tentou ser a mãe que June não teve. Claro, ele falhou miseravelmente, mas June nunca esperou isso dele. Ela só queria o irmão.

-Aonde você estava? -A avó pergunta.

-Na casa de uma amiga.

-Uma amiga? -A mãe arqueia a sobrancelha.

-Sim, uma amiga. -June revira os olhos. -O nome dela é Elena, vocês podem pedir para o Luther confirmar, se quiserem. Ele tem o número dela.

-Ei, ninguém está tentando te mandar para a forca. -Vovó Indy diz. -Relaxa, June. Só quero garantir que você está em segurança. -Ela olha fundo nos olhos de June, parece verdadeiramente preocupada. June se odeia por fazer a avó se sentir assim.

-Eu estou bem. -Ela garante. -Vou trocar de roupa, preciso ir para o escritório.

-Você não comeu seu melão. -A avó diz, apontando para a fruta picada que June come todo dia de manhã.

Ela pega o potinho e o garfo com um sorriso no rosto, se recostando na poltrona.

-Qual o nome dele? -A mãe dela pergunta, servindo mais chá para si própria.

-Joseph. -A avó diz.

-Vó! -June praticamente grita.

-Você não pode esconder isso da sua mãe. Não quando ele tem o habito de entrar e sair dessa casa, sem usar camisa. -Vovó Indy gesticula.

-Uh. -A mãe sorri. -Ele é bonito? -Ela pergunta para Indy.

-Muito, Sol. -A avó responde. -A June só não sabia dizer se ele é grande.

As duas caem na risada, June fica com o rosto vermelho. Muito vermelho. Ela afunda na poltrona, quer sumir dentro dela, virar parte do tecido, talvez. Qualquer coisa é melhor do que isso.

-Ah, mas agora ela já deve saber. -A mãe ri. -Ela passou a noite fora e não está nem usando sutiã.

June enfia os cubinhos de melão na boca, ganhando tempo. A avó olha para ela com expectativa, esperando pela resposta dela.

Slow DownOnde histórias criam vida. Descubra agora