Capítulo 2.

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JOE

Joe quer falar com June, mas Sebastian está a exibindo pela galeria, como se ela fosse um troféu. Luther o leva para fora e caminha com ele até o apartamento.

-Você sabe que não existe bebê nenhum, não sabe? -Luther pergunta a ele. 

-O quê? -Joe franze as sobrancelhas.

-É, já faz umas semanas que nós percebemos isso, até conversamos sobre quem ia falar com você para saber se você já descobriu. 

-Vocês ficam falando sobre a minha vida pelas minhas costas?

-Não. -Luther diz, rapidamente. -Não é bem assim. 

Joe suspira, ele não consegue lidar com mais isso agora. 

-Joe, você está feliz? -Luther pergunta em um sussurro. -Você não parece feliz. 

-Eu não sei o que é felicidade desde aquela noite. -Joe responde. -Quando ela foi embora. Eu não consigo parar de pensar nela, eu não consigo parar de seguir a rotina que nós tínhamos. E ver ela essa noite... Nossa, Luth! Isso me matou! Ela está linda, como sempre, mas essa noite ela parecia perfeita com aquele vestido e a forma como o cabelo cai perfeitamente, sem ela se esforçar... e boca dela, Luther! Vermelho é a cor dela!

-Ok, já entendi. -Luther ri. -Não quero ficar aqui te ouvindo falar da minha irmã. Eu tenho que me controlar para não dar um soco na sua cara, na verdade. Por conta de tudo que aconteceu antes.

-Eu mereço um soco. -Joe diz. 

-Você merece. -Luther concorda. -Mas você também merece ser feliz. Resolva esses problemas com a Anna, descubra a verdade de uma vez e depois nós te ajudamos com o resto. -Ele sorri.

Eles param em frente ao prédio de Joe. Ele abraça o amigo, se despedindo, agradecendo pela curta conversa. Luther se afasta, as mãos enfiadas nos bolsos da calça. 

-Luther? -Joe o chama.

-Sim? -Ele se vira para o olhar.

-Obrigado por não quebrar meu nariz. 

🎸

JUNE

Ela vê quando Luther leva Joe para fora. Ele parecia levemente alcoolizado. June contou as taças de champagne que ele tomou e ela o conhece o suficiente para saber que ele já estava um pouco alto.

A galeria começa a ficar vazia, June já esgotou sua bateria social. Ela quer ir embora, quer fumar um cigarro e comer o que sobrou do jantar de ontem, quer deitar no sofá e encarar a parede onde deveria ter uma TV, mas ela ainda não comprou. Quer colocar os pés para cima e ouvir o disco de Red. Ela quer, ela quer, ela quer...

-Vou embora. -Ela diz para Seb. -Você vai precisar da minha ajuda para alguma coisa?

-Não, tudo bem. -Ele sorri para ela. -A Paola me ajuda. -Sebastian aponta para a nova assistente com um movimento de cabeça.

June o beija, apenas um juntar de lábios. Com Seb sempre é só um juntar de lábios, até quando eles estão transando. É meio sem graça, na verdade. Ela odeia admitir isso, mas sempre precisa gozar sozinha, ela não culpa Seb, ele tenta, às vezes. Mas o problema é ela. O problema é que Seb não é ele e June só sabe gozar com ele. Ela até se adaptou ao sexo com Seb. É diferente, é meio monótono, é sempre a mesma coisa. Ele tira a própria roupa, ela tira a dela, ele a joga na cama e a come. Nada de preliminares, nada de beijos, nada de ficar de conchinha depois. A posição é sempre a mesma, o lugar é sempre o mesmo. June até tentou transar com ele no banheiro do apartamento de Luther, mas Seb estava bêbado demais para querer qualquer coisa além de outra cerveja. É diferente, mas June jura para si mesma que foi fácil para ela se adaptar.

Slow DownOnde histórias criam vida. Descubra agora