30. A perdesse

615 39 51
                                    

Talvez se eu...
A perdesse

Noah Hoffman

Entrei no estacionamento do colégio, com Sarah no banco do carona, eu havia ligado para Alissa algumas vezes antes de sair de casa, mas ela simplesmente deixava a ligação cair na caixa postal. Acabamos nos atrasando, quase toda a policia da cidade inteira estava em uma missão hoje, e isso havia atrapalhado o trânsito perto da minha casa. Minha irmã cantarolava uma música na qual eu não conhecia enquanto olhava suas unhas pintadas de preto, nós não havíamos conversado nenhuma vez desde que sua fase de rebeldia havia começado. Sarah estava diferente, em casa ela tratava a minha mãe mal, mal falava comigo, e o tempo todo ligava para o meu pai dizendo que queria ir morar com ele. Mamãe estava tão triste que não sabia mais como não demonstrar isso, mesmo que ela fosse muito boa.

- O que tá acontecendo com você? - perguntei, desligando o carro depois de já ter estacionado.

- Comigo? - ela indagou, me encarando com uma careta. Sarah estava usando uma maquiagem carregada, nem parecia a mesma doce e gentil menina do ano passado.

- É claro! - Afirmei, e ela deu de ombros - Você agora trocou os vestidos floridos por calça de couro e um delineado preto.

- E qual o problema nisso? - ela me olhou, falando com ignorância - Você e o papai não me notariam mesmo que eu me jogasse de cima de um prédio.

- Então se trata disso? Você quer atenção? - perguntei, e ela apenas revirou os olhos - Sarah, eu sempre fiz o meu melhor pra você.

- Eu sempre fui um fardo pra vocês dois, Noah! E o papai, ele só nota você! - ela disse, aparentemente com raiva.

- Ei... para, isso não é verdade! - falei, segurando sua mão - Eu amo você, Sarah.

- Olha Noah, você já não acha que já tem muito pra amar? - ela perguntou, ainda irritada, puxando sua mão de volta para si.

- Como assim?

- Já tem a Alissa, e o filhinho de vocês! Vai amar eles, vai, e vê se me esquece! - ela disse, abriu a porta do carro irritada e saiu, em direção ao baile.

Quase não acreditei quando Dean anunciou que os Leeds haviam ganhado as eleições com 70% dos votos dos sem bando. Aquilo era ótimo para mim e para toda a equipe dos leeds. Já para Cole e para a equipe dele era bem ruim, as universidade iriam olhar para eles com olhos ruins, e isso podia prejudica-los principalmente aqueles que não tivessem boas notas.

Estava na hora de subir ao palco para receber o troféu dos Leeds. Eu estava feliz, mas não estava completamente, eu queria Alissa comemorando ao meu lado, mas ela estava em um canto do salão, curiosamente acompanhada de Jessy, assistindo a tudo. Eu estava prestes a dizer que a amava em um discurso em cima do palco, quando vi Sarah conversando com Sam, e dando um sorriso malicioso quando Sammy jogou o copo com sua bebida no chão e saiu cambaleando em direção ao palco. Sarah me viu a encarando, olhou para mim, mandou um beijinho, e depois começou a encarar Sammy com um sorriso nos lábios.

O que você fez, Sarah?, pensei.

Observei o discurso de Sammy, visivelmente bêbada e chateada, ela contou tudo o que não deveria contar, expôs a mim, a Alissa, e uma criança que não tinha culpa de nada em um palco de um salão lotado de pessoas. A encarei decepcioando por sua atitude, mas ainda assim, no fundo eu sentia pena, porque ela era apaixonada por mim e não conseguia superar aquilo, me senti mal por ter estado com ela por tanto tempo, mesmo sabendo que eu não seria capaz de amá-la da forma na qual ela merecia.

Talvez se eu...Onde histórias criam vida. Descubra agora