08. Não fosse filho legítimo

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Talvez se eu...
Não fosse filho legítimo

Noah Hoffman

O motorista entrou em casa ajudando meu pai colocar as malas para dentro, minha mãe entrou logo em seguida, com seus óculos escuros e os longos cabelos negros soltos. Ela abaixou os óculos, me encarou, e então caminhou até mim. Logo, guardou os óculos em sua bolsa, tomou meu rosto em suas mãos, e não de uma forma delicada, apesar de suas mãos macias ela segurou com firmeza, e analisou-me. Eu havia acabado de levar uma surra do meu professor de muay thai.

- Você apanhou. - ela disse, séria, sem demonstrar se estava preocupada ou desapontada. Eu me parecia com ela nesse ponto - Se for pra ficar levando surra, para de lutar, se não quiser parar de lutar, então aprenda a bater.

Não respondi nada, aquela era Meredith Hoffman e a sua forma de dizer "eu me importo com você".

- Não chegue mais em casa com um olho roxo, estamos entendidos? - ela indagou, ainda séria.

- Sim, mamãe. - respondi, e então, ela caminhou até Sarah, com sua postura impecável, o batom vermelho destacava em seus lábios carnudos.

- Pois bem - ela analisou a garota, que tentava se manter o mais apresentável possível - Arrume a postura, Sarah, posso ouvir seus ossos se quebrando de tão curvada que você está! - Sarah, então, se consertou, mamãe a olhou direito e pude ver um breve sorriso. Ela segurou as maçãs do rosto de Sarah, e então levou-as para seus cabelos, arrumando os fios que estavam bagunçados - Noah foi gentil com você?

- Sim, mamãe - ela respondeu, com um sorriso animado - Ele sempre é.

- Muito bem! - pude ver um sorriso nos lábios da minha mãe, então ela depositou um beijo na testa de Sarah, me deu um sorriso, e então saiu em direção as escadas - Noah, em 15 minutos quero suas notas do último semestre em minha mesa. ‐ Ela disse subindo para o andar de cima. Sarah me encarou com os olhos arregalados, ela sabia o que aquilo significava.

- Boa noite! Está tudo bem por aqui? - meu pai se aproximou, seus cabelos pareciam mais grisalhos do que da última vez, inclusive sua barba.

- Sim - respondemos em uníssono.

- Noah, como vai no colégio?

- Tudo bem.

- E os leeds, já começaram a convocação deste ano? - meu pai deixou as malas com os empregados, que se encarregaram de levar tudo para o andar de cima. - Obrigada, Thomas - disse, entregando a última mala para um deles.

- Ainda não, daqui há umas três semanas, acredito. - respondi.

- Mas você já tem uma ideia de quem convocar?

- Tenho algumas pessoas em mente, algumas pessoas também pretendo não renovar o convite.

- Quero que coloque a sua irmã na convocação deste ano novamente, faça o possível para deixa-la entre os primeiros, vai ser bom para a universidade. - ele disse, abraçando Sarah e dando um beijo em sua testa.

- Certo. - concordei, e então ele segurou nos ombros de Sarah, enquanto ela o olhava nos olhos.

- Filha, sei que o que vou pedir vai deixá-la irritada, mas este ano eu quero que aceite o convite do seu irmão. - ele disse, nos deixando surpresos. Sarah não gostou da ideia.

Talvez se eu...Onde histórias criam vida. Descubra agora