N/a: atenção para possíveis gatilhos! humilhação verbal, pressão psicológica e xingamentos homofóbicos.
CAPÍTULO DOIS
A névoa da raiva finalmente se dissipa e Finney registra a voz de seu pai sussurrando em seu ouvido. Os braços de Terrence ainda estão ao seu redor, contendo-o, e ele sente toda a sua irritação se dissolver numa bola de ansiedade.
Agora, livre da influência da adrenalina, Finney finalmente percebe o que fizera: havia se atirado em cima de Robin e pior, tentado bater nele.
Robin, que é filho da Sra. Arellano, quem gentilmente os convidou para passarem as férias numa linda casa de campo. Robin, que é conhecido na escola por bater em pessoas três vezes maiores que ele. Robin, que agora o olhava como se ele fosse louco.
O desespero começa a tomá-lo, fazendo-o se sentir tonto, e ele luta para não tombar completamente nos braços de seu pai.
— Ai meu Deus, eu sinto muito! — ele começa, trêmulo. O aperto de seu pai em seu esterno fica um pouco mais firme, e Finney sente o medo congelante correndo por suas veias — Me desculpe, por favor, eu não sei porque fiz isso, sério.
— Finney, querido, está tudo bem. Se acalme. Tenho certeza de que Robin não ficou chateado — a Sra. Arellano o acalma, e Robin, ainda sentado no chão, assente com a cabeça — Viu só? Você não tem com o que se preocupar — ela dá a ele um sorriso caloroso e Finney se sente dez vezes pior.
Antes que ele possa voltar a pedir desculpas, a voz de seu pai soa detrás dele:
— Eu sinto muito pelo comportamento do meu filho. Não sei o que deu nele. Tenho certeza de que Finney só está cansado da viagem e ficará melhor depois de dormir por algumas horas — a mão de seu pai aperta seu ombro e Finney prende a respiração. Para qualquer outra pessoa, seu pai soaria calmo e composto, mas Finney, habituado a lidar com as ameaças dele todos os dias, sabe que por trás da cadência controlada, seu pai está com raiva. E nada de bom acontece quando Terrence Blake fica com raiva.
Ele abre a boca para responder, mas o medo o deixa estagnado. Tremendo, ele opta por acenar com a cabeça, esperando que isso não deixe seu pai ainda mais irritado.
Com o canto do olho, ele vê Gwen torcendo as mãos na barra de sua camiseta amarela, reconhecendo o gesto como outra das manias que Gwen só mostra quando está nervosa. Assim como ele, ela sabe que o que está por vir não será bonito.
— Vou levá-lo para dentro, para descansar um pouco. Vocês deveriam aproveitar para mostrar o terreno para Gwen — seu pai volta a falar e Finney sabe que não pode escapar da conversa que está por vir. Então ele tenta dar um sorriso e segue seu pai quando ele começa a se mover em direção a cabana.
Finney pega o olhar de Robin nele uma última vez, antes de se virar e voltar a fitar as costas de seu pai.
O conceito aberto da casa é a primeira coisa a chamar a atenção de Finney quando ele cruza a soleira da porta. Tudo ali tem uma essência rústica e a decoração marrom é estranhamente reconfortante. Infelizmente, Finney está muito nervoso com a presença de seu pai para realmente reparar os outros detalhes da casa.
Terrence anda pelo ambiente como se estivesse familiarizado com ele. Ele vira em um corredor que os leva para uma ampla sala de estar, com uma escada de carvalho que dá no segundo andar, onde estão os quartos. Mas ao invés de subir os degraus, Terrence continua andando até os fundos da casa e abre uma porta escura, que revela os jardins do fundo.
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we are who we are | a rinney au!
RomanceFinney Blake odiava Robin Arellano. Esta era uma verdade clara e inegável, assim como as mais simples certezas da vida. Ele sabia que era um ódio mútuo; Robin sempre parecia inexplicavelmente nervoso toda vez que se encontravam. Finney estava feliz...