Capa feita por @usagi_haruka (Instagram)
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Avisos sobre a história:
Contém: Violência, Morte, Luto, Persona...
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Joanne Vennis estava furiosa. Depois de juntar por anos e anos, comendo o mínimo possível, ela finalmente conseguiu comprar o computador de seus sonhos. Ponta de linha, com a melhor tecnologia do ano. A tela era tão grande que ocupava quase a parede inteira do quarto. Era como se ela pudesse entrar em qualquer jogo de tanta qualidade de imagem que ela tinha. Ontem, ela recebeu uma notificação da empresa em que trabalhava a mais de 5 anos que a organização faria uma série de cortes de gastos e que ela seria demitida. Um completo absurdo! Ela praticamente havia entregado o corpo e a alma para aqueles empresários cretinos. Agora, ela própria teve que fazer cortes de gastos em casa para não sujar seu nome. Imagine, uma linda jovem trabalhadora tendo que explicar aos pais o motivo do seu nome estar listado no Serasa. Lá estava ela, entrando em um site suspeito para ver o episódio novo da sua série favorita, porque ela teve que cancelar o serviço de streaming.
Antes que conseguisse assistir ao episódio, um anúncio do tamanho da página apareceu na tela. O design escolhido para o anúncio era de um gosto questionável. Piscava loucamente nas cores RGB, o que tornava árdua a tarefa de ler o que queriam anunciar. Depois de muito esforço, ela conseguiu entender o que estava escrito. "Parabéns! Você ganhou uma viagem internacional! Clique para reivindicar seu prêmio.". Joanne soltou uma risada seca. Só podia ser brincadeira. Quem em plena consciência clicaria em algo do tipo em 2022? Nem as senhoras com mais de 100 anos cairiam em uma armadilha dessa. Rapidamente ela mirou o mouse no 'xis' para fechar o anúncio. Logo abriu a mesma página, com os mesmos dizeres. Ela fechou e fechou, clicou e clicou. A cada rodada, mais e mais anúncios apareciam, se sobrepondo um sobre o outro. Vennis deu um soco na mesa. "Tá de sacanagem? Que merda é essa?", pensou Joanne. Se o computador que ela tinha ralado para conseguir estava com algum vírus, era melhor que ela morresse logo. Sem emprego? Tudo bem. Sem jogar? Aí já é demais. Vennis clicou para fechar o navegador. Outro pop-up abriu na área de trabalho do computador. Joanne riu de nervosa. Dessa vez, a mensagem dizia "Por favor, aperte qualquer tecla para aceitar.":
-Pode deixar parceiro. -Disse Joanne, com um sorriso sombrio. -Olha o que eu vou apertar pra você.
Ela posicionou o dedo no botão Power do estabilizador e desligou o aparelho inteiro. Sim, ela sabia que isso não era muito recomendável. Sabe o que também não era muito recomendável? Ter uma semana horrível cheia de péssimas notícias:
-Enfia esses anúncios no meio do **. Eu vou dormir.
Ela disse isso e fechou os olhos, antes de chegar na cama. Na verdade, ela não queria fechar os olhos ali. Algo tirou todo o fôlego que tinha. Joanne revirou os olhos e não via mais nada. Seu corpo bateu bruscamente no chão. Tentou puxar o ar, mas tudo que conseguiu foi perder a consciência.
De repente, acordou, mas continuou de olhos fechados. Sentiu o corpo deitado no meio da grama, com o sol batendo na cara. "É, vou ficar aqui quietinha. Chega de decepções na vida.", pensou. Um alerta ecoou por sua cabeça, alto demais. A jovem forçou os olhos a se abrirem enquanto xingava os céus e mares por aquele som terrível.
