Capa feita por @usagi_haruka (Instagram)
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Avisos sobre a história:
Contém: Violência, Morte, Luto, Persona...
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Pela primeira vez em muito tempo, Qin Fen acordou calmamente, sentindo os raios de sol tocarem seu rosto. Quando abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi o lindo enquadramento da janela: o salgueiro balançando ao vento, nuvens cobrindo o sol de tempos em tempos e borboletas voando contra a corrente, batendo as asas com fúria e perseverança. Qin Fen ficou ali, deitada, apreciando os poucos momentos de sossego.
Três batidas soaram na porta do quarto. A garota se obrigou a levantar. Puxou os trajes para cima do corpo e enrolou preguiçosamente o cinto de tecido em volta da cintura. Colou o peitoral na porta e a abriu lentamente, deixando apenas o rosto aparecer na fresta.
Era Shu Lan que posava do outro lado. Ela olhou envergonhada para Qin Fen. A garota esquecera de chegar se cobrira tudo antes de abrir a porta. Uma boa parte do seio de Qin Fen estava de fora. Ela rapidamente cobriu, limpando a garganta para desviar a atenção. Shu Lan se recompôs e, para a completa surpresa de Qin Fen, falou:
—A dama Mei a espera para o desjejum.
A mulher falou tão baixo que Qin Fen jurava que era apenas uma ilusão causada pelo resquício de sono. A garota balançou a cabeça e foi aprumar a roupa, antes de cruzar a casa até a cozinha.
Todos já estavam comendo. Bai Ling devorava uma canja e uns pãezinhos. Nada muito atípico, ela tinha o seu jeitinho de comer. O que chamava atenção mesmo era a cena do lado. Mei Lihua comia uma singela tigela de frutas, totalmente alheia a Bu Shou, que estava bem atrás dela. O rapaz olhava triste para a mesa, isolado. Remexia uns bolinhos, brancos como a neve, em cima de um pratinho.
Ao ver que Qin Fen tinha chegado, a expressão de Bu Shou imediatamente clareou. Se ergueu da cadeira, empurrando o pratinho para frente:
—Bom dia! Eu fiz alguns manjus. Sei que são os seus favoritos. É de comemoração pelo grande trabalho de ontem.
Qin Fen não fazia ideia do que era aquele tal de manju. Deu um sorriso ao rapaz e pegou um dos bolinhos.
Assim que mordeu a massa, o recheio derreteu em sua boca. Era uma sensação incrível, uma textura espetacular, mas o sabor... não era dos melhores.
Doce, mas havia algo de errado. Qin Fen não sabia explicar ao certo. Talvez fosse um gosto além do açúcar do recheio. A garota virou para Bu Shou, com as sobrancelhas franzidas, tentando resolver o enigma:
—Que recheio é esse?
—Feijão doce.
Qin Fen parou de mastigar na hora. Ficou olhando o recheio no fundo do bolinho mordido. "Feijão doce? Quem foi o maluco que teve essa ideia?", pensou consigo.
Ela deixou o doce delicadamente na mesa. Bu Shou olhou apreensivo para Qin Fen. Parecia um pouco sentido por ela não ter continuado a comer, mas não disse nada. Shu Lan apareceu ao lado da garota, entregando alguns pedaços de frutas diversas para ela. A jovem agradeceu e foi tirar a barriga da miséria.