III Umbranima

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      Às 7 horas, o alarme toca. Mas eu não estou na minha cama.

      O efeito do álcool parou no momento em que encontramos o corpo de Dane ensanguentado, entre as árvores, por volta das três da manhã. Ele estava segurando sua espada, mas não achamos sinal de nenhuma outra pessoa que pudesse estar ali. E nós procuramos muito. Então, o trouxemos para a estufa.

      — Riven, desliga isso logo — Terra manda, e eu o faço.

      — Desculpa.

      — Tudo bem — Musa diz, encostando a mão no meu ombro.

      Estamos  apenas nós três e Flora aqui, e as duas fadas da natureza cuidam das feridas de Dane. Parece que ele vai ficar bem, mas há muitos cortes pelo corpo inteiro. Mesmo assim, o que mais me assusta é que não encontramos vestígios de outra pessoa. Não quero acreditar que ele fez isso a si mesmo.

      De repente, ouvimos o barulho da porta se abrindo. É Silva. Ele aparenta assustado, e eu e Musa trocamos um olhar de incerteza. Parece que ninguém aqui dormiu hoje.

      — Musa, Riven. Posso falar com vocês aqui fora? Por favor.

      Olho para Musa, e ela só levanta os ombros. Olho para Dane.

      — Ele vai ficar bem, Riv — Flora diz. — Podem ir.

      Então, nós seguimos Silva para fora da estufa. Ele olha em volta antes de começar a falar, como se garantisse que ninguém estivesse nos ouvindo.

      — Vocês beberam?

      Franzo o cenho.

      — Sim...? — Musa responde, também em dúvida.

      — Merda — ele suspira. — Olha, eu preciso da ajuda de vocês. Mas vocês precisam estar num bom estado psicológico.

      — Isso tem a ver com Dane? — pergunto.

      — Sim. Tem a ver com todos nós, na verdade. — Ele olha em volta, e então chega mais perto da gente. — Faz um tempo que eu desconfio disso, mas acho que tem algo... alguma coisa... que 'tá mexendo com a cabeça das pessoas nessa escola.

      — Tipo um monstro? — Musa pergunta, e Silva olha em volta assustado.

      — Sim, mas fale baixo.

      — Não entendo — digo. — Por que você e a direção ainda não fizeram nada sobre isso?

      — É complicado. Eu não acho que possamos confiar em ninguém da direção. Eles não poderiam fazer nada demais, pra falar a verdade. E desconfio que tenham sido pegos.

      — Pegos?

      — Sim, mas não tenho tempo de explicar agora. Eu preciso que vocês vão à biblioteca e pesquisem sobre isso aqui — ele abre a mão de Musa e deixa um bilhete dobrado com ela. — Pesquisem o máximo que puderem, por favor.

      — Por que nós? — pergunto.

      — Não tenho tempo para fazer isso, e quanto menos pessoas souberem, melhor. Vocês vão entender.

      Assim que fala isso, Silva se afasta. Mas, antes de sair, conclui:

      — Por favor, não contem para ninguém sobre isso. Pelo bem de vocês.

      Nós assentimos com a cabeça e Silva finalmente sai do nosso campo de visão.

      — Que porra acabou de acontecer? — Musa pergunta.

Harmonia | Rivusa (Fate: a Saga Winx)Onde histórias criam vida. Descubra agora