Demoro um tempo para compreender o que está acontecendo. Abro a boca várias vezes, na tentativa de falar algo, mas simplesmente não existem palavras.— Eu... — Riven hesita, e balança a cabeça em negação. — Eu não sabia.
— 'Tá — eu digo, levantando e começando a andar num círculo pequeno. — Faz sentido. Eu demorei.
— Como assim?
— Quando recebi umas mensagens de Aisha sobre o que ela e Grey haviam encontrado sobre Dane, eu liguei os pontos. Quando fui até o templo, ouvi você gritando e, quando desci, tinha uma fumaça preta à sua volta. Pensando agora, deve ter sido ele. Mas você estava gritando e eu não consegui pensar direito. Queria acabar com sua dor. Mas só consegui desmaiar de novo e...
— Você desmaiou? — ele pergunta, assustado.
— Sim, mas estou bem. Quando acordei, você estava ao meu lado, inconsciente, e a fumaça havia ido embora. Então pedi ajuda às meninas. Elas estavam aqui até um tempo atrás.
— Que horas são?
— Deve ser umas nove.
— Meu Deus, Musa.
Nós ficamos em silêncio. Riven está olhando para o chão, cabisbaixo, e percebo que é informação demais para relacionar num curto período de tempo. Me aproximo e paro na sua frente, em pé, segurando seu queixo e levantando seu rosto até que nossos olhares se encontram.
— Não se culpe — digo. — Deve ter uma forma de resolver isso.
Riven assente, mas desvia o olhar do meu. Nesse momento, Terra entra na estufa de novo, e é acompanhada por Aisha e Flora. Eu me afasto dele e me encosto em uma das bancadas.
— Graças aos céus você acordou — Aisha diz. — Dane ainda não teve essa sorte.
Terra e Flora vão até a maca onde Dane está, e meu olhar para nele. É uma imagem horrível. Imagino como essa dor deve ser ao ponto de, provavelmente, ele ter tentado acabar com a própria vida para se livrar dela. Minha mente viaja pela ideia do que aconteceria se eu não tivesse ido até Riven a tempo, mas eu balanço a cabeça e esqueço.
Desvio o olhar para ele e vejo que estava me encarando, então dou um sorriso seco e rápido e olho para baixo.
— E aí? — Riven pergunta.
— Eu e Grey descobrimos umas coisas. Stella nos levou à Grande Biblioteca de Solária — Aisha diz, se aproximando de mim e se sentando na bancada onde estou encostada. — Certo. Existem quatro pedras das sombras, e elas estão espalhadas por Alfea, porque foi por essa área que a rainha Aruna havia conseguido prender Umbranima pela primeira vez.
— Ótimo lugar para se construir uma escola — Riven sussurra e revira os olhos.
— O bom é que — Aisha continua —, mesmo com as alucinações e aparições, a única forma dele conseguir manter isso é caso essas pedras sejam encontradas e tiradas do lugar. — Assim que ela diz isso, eu e Riven trocamos olhares assustados. — Só então, segundo os livros, Umbranima conseguiria possuir suas vítimas e fazê-las soltarem-no. É todo um ritual para que isso aconteça, muito complicado de explicar, mas 'tá tudo bem, porque é questão de tempo até as alucinações pararem, já que ele não tem força o suficiente para mantê-las estando em outro mundo e as pedras continuam intactas.
Corro meu olhar pela estufa; estou desconfortável. Riven tampouco diz alguma coisa. Percebo que estou encarando a maca de Dane quando Aisha toca meu ombro.
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Harmonia | Rivusa (Fate: a Saga Winx)
Fanfic#Rivusa Riven nunca foi muito bom em suas relações interpessoais, mas uma pessoa passou a desafiar isso. Seu relacionamento com Musa é algo que nunca havia vivenciado antes, e ele realmente se importa com ela. No entanto, o desenvolvimen...