Era um dia chuvoso, o que combinava perfeitamente com o humor de Cat Noir naquele fim de tarde. O gatuno mais uma vez havia sido rejeitado pela sua Lady e isso deveria ter se tornado rotina se ele já não tivesse prometido a si mesmo parar de perseguir esse amor platônico.
E mais uma vez ele quebrou essa promessa, com uma grande declaração que teve direito a um poema de sua autoria e um buquê de flores que ele havia escolhido a dedo. E mais uma vez Ladybug foi clara dizendo que ela não sentia nada assim por ele.
Então, deprimido, solitário e encharcado, Cat Noir andou sem rumo por Paris até "tropeçar" em um terraço e cair de joelhos no meio da chuva.
Porém, algo inesperado aconteceu. Do alçapão que levava ao terraço saiu uma garota de maria-chiquinhas azuis e pele clara. Ele imediatamente a reconheceu: era Marinette, a sua colega de classe.
— Está tudo bem...? — ela perguntou. Sua voz transparecia desconfiança com uma pitada de preocupação, o que, de certa forma, fazia sentido visto que Cat Noir era o intruso ali.
— Não é nada. Sinto muito, eu já vou embora. — diz, retirando o seu bastão. Marinette, já menos desconfiada, põe o torço para fora do alçapão.
— Não foi isso que eu perguntei. — ela disse, subindo ainda mais as escadas e se aproximando de Cat Noir. — Quero saber se você está bem de verdade. — o garoto não sabia como reagir a isso, muito menos como responder sem parecer falso. Afinal, nem mesmo ele sabia.
Então, Cat Noir sente algo quente escorrer pelo seu rosto.
— Você está... chorando...? — o herói parecia tão chocado quanto ela. Ele passou as mãos pela bochecha afim de interromper o fluxo de lágrimas, mas elas não cediam de forma alguma.
Marinette parecia ter entrado em curto circuito e ficou totalmente rígida. Era compreensível. Nem mesmo ele parecia entender, mas uma coisa era certa: ele não estava bem.
De repente, a azulada começa a mexer os seus bolsos freneticamente. Talvez fosse uma crise nervosa, Cat Noir pensou, mas então ela parou e estendeu os braços em sua direção.
Entre lágrimas e os pingos de chuva, demorou alguns segundos para que ele entendesse o que era aquele borrão azul. Assim que a sua visão focalizou, ele viu o Bubbaloo azul seguido por um sorriso de orelha a orelha de Marinette.
— Eu sei que não é muito, mas... — ela nem mesmo teve tempo de terminar de falar pois Cat Noir estava tendo uma crise de risos.
— Desculpa, eu... — ele não conseguiu completar a frase e caiu na gargalhada novamente.
Primeiro, Marinette franziu o cenho, parecendo genuinamente irritada. Todavia, após revezar o olhar entre o gatuno e o doce em suas mãos, ela não teve como segurar o riso. Após isso, as visitas de Cat Noir se tornaram frequentes em seu terraço. Eles conversavam sobre sentimentos, sobre amor, traição. Coisas que não podiam confiar a outras pessoas, mas que, de uma forma estranha e confusa que eles não sabiam explicar, podiam confiar um no outro.
— Sabe? Isso é legal, sentar na varanda e falar sobre nossos amores platônicos. Devíamos fazer um clube. — Cat noir diz, entusiasmado.
— E como deveríamos chamá-lo? — pergunta com um sorriso vendo a animação do gatuno.
Ele fica quieto por um minuto, pensando um pouco.
— Já sei! Clube dos Corações Partidos!
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O Clube dos Corações Partidos
FanficOnde Marinette e Cat Noir nutriam uma forte amizade por conta de seus amores não-correspondidos e decidiram formar um clube. "- Sabe? Isso é legal, sentar na varanda e falar sobre nossos amores platônicos. Devíamos fazer um clube. - Cat Noir diz, en...