Pete:

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Eu estava estressado. Sentia que minha cabeça poderia explodir a qualquer momento, pois eu estava cheio de toda a pressão que vivia sentindo durante esses dias.

O certo seria eu contar ao senhor Kinn o que havia acontecido com o Vegas há dois dias atrás. Que ele havia descoberto sobre mim... Mas a situação na casa não era das melhores.

Talvez eu devesse esperar Kinn se acalmar. E enquanto isso continuo meu trabalho, tentando ter uma atenção maior. Troco de carro para tentar amenizar meu erro de outro dia.  Mas não fico muito tempo de olho na casa de Vegas, pois ele havia saído mais cedo hoje.

Sua rotina era bem conhecida.  Ele sempre come fora de casa... Café no restaurante do campus da faculdade e depois almoça em algum fast food.

Faço anotações de tudo sobre a rotina de Vegas, pois essa era a ordem de Kinn para mim desde o início. Qualquer mudança de atitude de Vegas poderia ser suspeita.  Mas até agora, nada aconteceu de diferente. Já faz uma semana que o estou vigiando, e para mim ele parecia uma pessoa normal, se eu não o conhecesse como filho do líder da segunda família da maior máfia da Tailândia, eu jamais suspeitaria que ele poderia ser um criminoso. Me pergunto se Kinn está certo em desconfiar que Vegas não é leal a primeira família.

Vegas sempre me pareceu uma pessoa normal, as vezes até otimista. De personalidade fácil e na maioria das vezes, sempre educado. Além de tudo, o cara era bonito.

Será mesmo que alguém assim seria um traidor? Meu chefe Tankhun tinha mais problemas do que ele, isso eu poderia afirmar. Mas ainda assim eu jamais o chamaria de traidor por isso.

Minha mente vaga pelas maluquices de meu chefe, e eu idiota que sou não percebo que Vegas não estava mais onde deveria estar. Merda. Como eu pude perde-lo de vista?

O carro dele não estava mais no estacionamento do fast food, ele deve ter ido embora e eu não percebi.

Ligo meu carro e tento olhar em todo lugar enquanto dirijo. Alguns minutos depois eu aviso um carro parecido com o dele estacionado em um parque. O carro está vazio, mas era o dele. Eu tinha certeza por causa da placa. Desço e tento encontrá-lo.

— Jesus! - grito de surpresa, por causa de um carro que estava em alta velocidade se aproximando de mim,  mas no instante seguinte um braço envolve minha cintura. Me puxa para perto. A mão da pessoa me aperta e eu fico muito nervoso com essa proximidade. Talvez meu coração estivesse disparado, por eu quase ter sido atropelado e não por que alguém estava me segurando desse jeito.

— Você deveria prestar mais atenção ao atravessar a rua. - a voz próxima demais do meu ouvido me deu calafrios. Pois a reconheci imediatamente.

Me afasto de seu corpo, tirando suas mãos de mim e faço sinal de respeito. Me sinto um otário por ter sido salvo por ele.

— Senhor Vegas, que coincidência. - digo num fio de voz. Merda. Respiro fundo e tento disfarçar meu nervosismo.

— Sim... - Vegas sorri. Um sorriso de canto que me deixou mais inquieto.

— O que está fazendo por aqui? - pergunto, mas Vegas não me responde. Apenas me mostra as sacolas em suas mãos. Pareciam conter algum alimento, pelo cheiro reconheço ser carne.

Então ele se abaixa e se senta em seguida. Tira alguns pedaços de carne em um espeto de madeira e logo dois cachorros se aproximam dele na velocidade da luz. Vejo Vegas os alimentar com uma mão enquanto com a outra acariciava a cabeça dos cães.

Talvez a falta de sono tenha prejudicado meu raciocínio por que a primeira coisa que penso é em fugir daqui. Mas se eu fugir irá parecer muito suspeito.

VegasPete (Versão de uma fã)Onde histórias criam vida. Descubra agora