Pete:

619 64 42
                                    

Me fecho no banheiro e me encosto na porta. Levo uma das minhas mãos ao meu coração, sentindo o martelar disparado dentro do peito.

Merda. Vou ter um ataque cardíaco! O que aquele desgraçado pensa que está fazendo???

Eu não sou idiota. Claro que entendi que ele estava insinuando que gostava de mim. Desgraçado, filho da puta... Eu o amaldiçoo em pensamento. Mas queria gritar com ele por tentar brincar com a minha mente.

Ele não poderia estar falando sério quanto a isso. Pessoas como Vegas, não tem sentimentos por ninguém.

Demora um tempo para que meus batimentos cardíacos voltem ao normal. Mas permaneço no banheiro... Andando um lado para o outro, tentando tirar da minha cabeça a memória da sensação dos lábios dele sobre os meus. Inferno.

Eu o odeio com todas as minhas forças.

Quando enfim decido sair do banheiro, respiro aliviado por perceber que ele não estava mais no quarto. Então, como uma criança com medo de um fantasma corro para a cama e me cubro. Não quero mais nenhum contato com ele por hoje. E espero que não ter até que ele retorne de seja lá para onde ele for amanhã.

Mas sei que isso seria impossível já que ainda estamos na metade do dia... E por que o filho da puta anda ficando mais do que o normal por aqui? Lembro que quando o seguia, Vegas raramente passava tanto tempo em casa. Era muita falta de sorte a minha ele ter se tornado uma pessoa mais caseira durante esses dias...

Antes das quatro da tarde, Nop me envia um sanduíche com suco natural e diz que foi ordens do Vegas. Me irrito com ele mesmo assim... Mal toco no lanche e bebo apenas o suco.

Quando anoitece Vegas retorna ao quarto e Nop vem junto com a bandeija contendo nosso jantar. O cheiro da minha comida favorita não me apetece hoje. Mesmo depois de umas três colheradas já não sinto tanto prazer em comer. Na verdade, apenas largo a colher e me levanto, voltando a cama com meu livro.

- O que você tem? - Vegas pergunta, aparentemente me olhando preocupado. - Você está se sentindo bem?

- Estou. Só não estou com fome. - digo, fugindo do seu olhar e fingindo prestar atenção em qualquer lugar do quarto menos nele.

- Se sentir fome mais tarde, me avise que providencio alguma coisa pra você.

- Ok. - não sei mais o que dizer. Sinceramente não achei que ele agiria tão solícito assim. Sinto arrepios só de pensar no que ele disse sobre estar interessado em mim. Quer dizer, o que ele veria em um cara como eu? Era impossível aquele papo ser sério.

Quando vamos dormir, o frio do ar condicionado faz com que mais uma vez ficarmos juntos sob o mesmo cobertor... De início eu não consegui dormir rapidamente. Mas assim que Vegas me abraça por trás como na noite passada, seu hálito quente tocando minha pele, nossos corpos colados um ao outro, distribuindo calor... O ressoar tranquilizador da sua respiração me acalma.

Ele dorme profundamente. Merda... Ele parecia confortável ao meu lado. Quando será que eu o fiz se sentir assim?

Eu não era tão bonito e engraçado quanto o Porsche. Vegas e ele tinham o mesmo tipo de beleza incrível ao qual eu nunca teria.

Mas que porra!! Por que diabos eu estou pensando sobre isso??? Tento me forçar a dormir e tirar esses pensamentos loucos da minha cabeça. Mas enfim, durmo pesadamente a noite toda. Um sono profundo, como há muito tempo eu não tive.

Quando a manhã se aproxima, percebo um toque suave demais em minha bochecha. Tentei ignorar para não espantar meu sono. Mas a voz próxima demais me faz abrir meus olhos em surpresa.

VegasPete (Versão de uma fã)Onde histórias criam vida. Descubra agora