Pete

128 14 1
                                    

(N/A) A partir daqui, alguns dias se passaram e o confronto entre a primeira e a segunda família está acontecendo. Para os curiosos que ainda não conhecem essa parte se encontra na novel de Kinnporshe.



Pete:

O medo tomava conta do meu coração ao ver a cena a minha frente. A luta desgovernada pelo poder entre as duas famílias da maior máfia do país entrou em um ponto em que não poderia haver mais volta.

Socos e pontapés são os menores dos problemas quando a maioria está atirando a torto e a direito. O pavor aterrorizante se instala dentro de mim quando eu vejo Vegas aparecer no meio disso tudo.

Eu tentei todo esse tempo em que estive longe dele, me enganar, mas a verdade é que eu realmente gosto desse filho da puta. Ver os guarda-costas dele tentando o proteger, enquanto ele atirava com quase 100% de precisão contra seus inimigos, não diminuía o medo de perde-lo.

Mas também sei que eu devo, assim como Vegas, seguir nossos deveres. Por isso, me forço a tirar os olhos dele e tento ao máximo atacar os oponentes da primeira família.
Reprimo todos os meus sentimentos e finjo que ele não está aqui.

Mas eu ainda posso sentir seus olhos em mim, me deixando desconfortável, mas tento manter isso no fundo da minha mente.

A situação fica mais tensa quando as vozes de Khun Khorn e Khun Khan estavam alteradas e os nomes dos pais do Porsche surgem em meio a toda aquela loucura. Tenho certeza de que o que Porsche descobriu sobre eles, era o motivo de toda essa guerra ter explodido do dia para a noite. E também o motivo dele ter se desentendido com Kinn.

Eu deveria estar a procura de Kinn para o proteger, mas meu corpo e minha mente não estão bem. Estou sendo jogado no meio de tiros, e lutas corporais que fazem minha mente explodir com toda aquela loucura.

Há uma chuva torrencial caindo lá fora, onde a escuridão cobria tudo e o barulho de raios e trovões ecoavam dando um clima ainda mais medonho para essa noite caótica.

De repente a gritaria parou, mas os sons de tiros continuam reverberando pelo recinto e pelo lado de fora da mansão.

Agora, todos os chefes da família estavam presentes.

Bang. Bang. Bang.

Estou pronto para atirar em qualquer um da segunda família que ousar atacar, mas começo a ficar confuso, por que todos os brutamontes da segunda família pareciam me ignorar como se eu não estivesse presente.

- Mas que merda... - me viro, irritado, quando os homens de Vegas passam por mim, não dando a mínima para minha arma apontada para eles. Isso era tão insultante. Eu sou o chefe dos guarda-costas da primeira família, porra. Como podem me ignorar assim?

Num acesso de raiva me forço a atacar primeiro. Vejo Arm sendo agarrado por trás e vou em seu auxílio tentando impedir que ele seja morto. Com meu braço, arrasto o homem de cima dele e digo:

- Deixe comigo. Vá ajudar os outros. Eu cuido deste aqui ...

Mas isso só aumentou minha raiva, pois estava claro que o homem apenas tentava se defender, sem revidar em nenhum momento. Ele não ousava me tocar, e eu estava louco de raiva. Será que achavam que eu era fraco? Tenho ótimas habilidades de luta. Mas antes que eu pudesse socar o homem mais uma vez minha mente desmoronou. Fico estático vendo Kinn apontar uma arma direto para Vegas.

Embora eu saiba que Kinn seria incapaz de atirar nele, não consigo não temer por Vegas.

- Se você me matar, o que acontecerá com os outros? - Vegas pergunta desafiador a Kinn. - Apenas deixe Macau em paz...

- Vá para o inferno. - Kinn grita, mas ainda não atira.

Num impulso, me jogo em cima de Vegas, o tirando da mira de Kinn e ao mesmo tempo derrubando a nós dois no chão.

- Imbecil!!! - grito furioso.

Estou com tanta raiva dele que começo a desferir socos em seu rosto. Eu o odeio tanto. Odeio pra caralho. Ele me corrompeu. Me transformou nisso que sou agora. Eu não aguento mais.

- Pete, por favor... - ele não consegue continuar falando pois meus golpes o acertam sem misericórdia. Toda minha raiva reprimida está saindo. E eu só quero me libertar dela.

- Tudo isso é culpa sua...

- Pete, por favor, me perdoa. - Vegas puxa meu corpo e tenta me abraçar. Mas eu me forço a me soltar. - Me desculpe, eu estou arrependido. Por favor, Pete.

- Me solta. - uso toda minha força para me livrar dele.

- Pete, o que houve com você? - ele tenta tocar minha testa que aparentemente está sangrando, não percebi que havia me machucado. - Alguém se atreveu a tocar em você? - seus olhos parecem estar muito preocupados comigo.

Fiz a coisa mais idiota até agora que foi encarar seus olhos por alguns segundos. Meu coração acelerado e meu corpo tenso. Todo meu autocontrole se foi, por que eu tenho certeza de que o homem que me machucou é também o homem que eu amo.

- Me solte, Vegas. - perdi todas as minhas forças nesse momento, o que deu a chance de Vegas me virar e agora ele está sobre mim.

- Droga, Pete. Eu te amo. Mas eu não aguento mais... - seu tom de voz era de alguém em completo sofrimento. - Eu realmente não aguento mais. Essa noite eu posso morrer pelas mãos da primeira família. Mas se eu pudesse escolher eu preferia morrer pelas suas mãos.

Um jorro de energia percorre meu corpo ao escutar suas palavras e eu me forço a ficar em cima dele de novo, segurando seu pescoço com raiva.

- Se você quiser que eu morra, eu morro... - ele diz me encarando com olhos vidrados.

Eu apenas sorrio. Como um louco. Dou mais um soco nele, mas o desgraçado ainda não parece zangado comigo. Sangue escorre por sua boca.

- Seu filho da puta. - grito. Me preparo para dar mais um soco em seu rosto, mas fico preso em seus olhos e simplesmente não consigo. Em vez disso, direciono meu punho para o chão com toda minha ira, bem ao lado do rosto de Vegas. - Droga, Vegas. Por que? Por que? - soco repetidamente o chão...

- Pete, pare, por favor. Você está se machucando. - ele usa toda sua força para me parar, meus dedos já sangrando. - Por favor, Pete. Não faça isso com você. - ele tenta me subjugar- Não, por favor... Não repita aquele dia... Por favor... Não faça como no dia em que me deixou...

Toda a dor daquele dia em que bati meus pulsos com as correntes ainda estão frescas em minha mente. E isso me faz ficar paralisado por algum momento. A dor, o arrependimento, a raiva... Tudo vem à tona e eu me forço a me levantar e a fugir dele.

Mesmo que Vegas queira vir atrás de mim, ele ainda não perde o pai de vista, enquanto o velho ainda discute com o irmão.

Vejo, ao mesmo tempo que Vegas, o pai dele tentar fugir de alguns disparos contra ele.

Num impulso, seguro Vegas o impedindo de ir atrás do pai.

- Pete. - Vegas diz meu nome baixinho, seus olhos perplexos. Tento segura-lo com todas as minhas forças, mas ele está imparável. Mesmo querendo ir atrás do pai, ele ainda me encara.

- Se você pudesse escolher hoje, quem escolheria? Com quem ficaria? - ele me pergunta, mas o olhar de dor em seu rosto me confunde.

- Seu eu pudesse escolher? - minha mente entra em pane. Será mesmo que eu escolheria o homem que tanto me machucou? Mas antes que eu perceba, Vegas foge das minhas mãos e corre atrás do pai. - Vegas? - grito e corro atrás dele. Minha mente está dividida em duas coisas.

A primeira: TENHO QUE PARAR O VEGAS PARA PROTEGER A PRIMEIRA FAMILIA.

A segunda: NÃO QUERO DE MANEIRA ALGUMA VEGAS SE MACHUQUE.

O que devo fazer? Trair a primeira família a quem amo e respeito? Ou trair meus sentimentos?

VegasPete (Versão de uma fã)Onde histórias criam vida. Descubra agora