4. Zombie boy

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Entreguei minha taça a Max e fui correndo atrás de Mike. O quê? Não me julgue, fui pela emoção, peço perdão mentalmente à five, mas é o meu mikey... eu preciso, eu preciso daquele garoto.

Tentei relembrar os passos que Mike seguiu, acabei chegando em uma escada que dava acesso à um apartamento, mas por pura sorte, estava fechado. Havia outra porta, através dela encontrei outra escada, eu não tinha nada a perder, é... talvez eu tenha, enfim, segui caminho direto à escada, andei seus poucos degraus e de repente eu estava em um terraço, a vista era linda, dava para ver todas as luzes de Hawkins. Era alto, uma queda e partiu céu. Sai de minha distração ao perceber um cheiro impregnando minhas narinas, era maconha. O que? Maconha? De onde? Tentei acompanhar o cheiro, mas não achei seu ponto de origem, logo depois desisti.

"É... não achei Mike, ele deve ter ido embora"

Falei mentalmente, sentei no muro, peguei uma pedra que encontrei ali mesmo e joguei para cima com raiva de mim mesmo. não vi a pedra cair no chão novamente, apenas ouvi pequenos gemidos de dor.

— aii ai, caralho... —a voz disse baixinho.

— quem está aí?? —me levantei rapidamente e procurei a origem daqueles gemidos, mas ninguém respondeu. Me aproximei de um outro muro baixo, mas não havia ninguém, então repeti a pergunta. — quem está aí?? —mas dessa vez gritei.

— Caralho, para de gritar! Minha cabeça tá EXPLODINDO...—a voz respondeu sem mostrar seu rosto, mas eu já sabia quem era...

— Mi-Mike??? —um sorriso genuíno veio em meu rosto, meu coração acelerado mal permitia minha boca formular uma palavra sequer. — onde-onde vo-cê es-está?

— Você sabia que isso é invasão de privacidade? —Mike tossiu. Agora o mike tosse ao falar? Parece que estou falando com um velho fumante, como o Hopper.

— não seria "invasão de propriedade"?
não tô entendendo, cadê você? —eu disse inocentemente e rindo.

— é isso mesmo.  o que você quer aqui Byers? Não é lugar pra você.

Seu corpo apareceu das sombras. com um cigarro nas mãos, uma garrafa de cerveja e um banco. Ele posicionou o banco em minhas frente, à poucos metros de distância, ainda sem mostrar o rosto, mike sentou-se de cabeça baixa e soltou uma gargalhada falsa e sinistra.

[...]

— Mikey... —falei baixinho e tentei me aproximar dele.

— Michael Wheeler. é Michael Wheeler.

Mike se levantou rapidamente e veio em minha direção, nossos corpos estavam frente à frente. Eu podia sentir o cheiro de álcool em sua respiração ofegante, seu olhar ainda baixo, mal conseguia olhar em meus olhos.

— mikey...eu...eu —Meus olhos se encheram de lágrimas novamente.

— Ah caralho! Você vai chorar de novo? —Ele me empurrou, quase me fez cair. — por quê você sempre chora? Por que esta chorando, caralho? Me responde! Esses seus olhinhos idiotas...

Mike me empurrou novamente, dessa vez eu me desequilibrei e cai perto do muro, mas me levantei rapidamente.

— Vai William, me responde...—ele sorriu ainda sem olhar em meus olhos.

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