Capítulo 33

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-Dulce? Tem certeza que você está bem? – Christopher me pergunta colocando a mão na minha testa.

-Sim...- Estico minha coluna e respiro fundo, mas isso faz com que uma náusea me subisse - ... Quer dizer não.

-Você está meio verde, se quiser vomitar...

-Eu não vou vomitar, ok? Só estou nervosa.

-Eu deveria ter te perguntado se tinha medo de avião, já que é sua primeira viagem.

-Não é minha primeira viagem... Só que eu estava dopada de remédio da última vez.

-Serio? Pra onde você foi?

-pra cá, digo... Pro Rio.

-É mesmo, você não é daqui. Você veio sozinha?

Meu estômago revira e eu respiro fundo tentando evitar vomitar meu café no chão do avião. Não estou bem o bastante para contar para Christopher a minha vida antes de conhece-lo.

-Papai, está demorando demais, eu quero voar com os passarinhos. – Agradeço mentalmente por Alicia desviar atenção do pai para ela. Ela pegou o banco ao lado da janela e desde então está encostada nela esperando impacientemente.

Christopher se sentou ao lado da filha e eu sentei ao meio do avião, na verdade eu insisti para isso, primeiro porque é mais livre e segundo para ficar o mais longe possível da janela.

-Não vai demorar, só temos que esperar o piloto chegar, querida.

Alicia choraminga alguma coisa mas eu não escuto já que estou ocupada tentando pensar em limões, hortelãs e coisas amargas para colocar meu estômago no lugar.

-Você tem alguma coisa para o estômago? – Pergunto para Christopher com os olhos fixos no teto.

-Na verdade tenho. – Ele se levanta e passa por mim indo ao banheiro no fundo. Ele volta minutos depois com uma cartela de comprimidos brancos.

Ele me entrega um dos comprimidos e me oferece a garrafa de água que havia comprado minutos antes.

Meia hora depois já estamos voando a algum tempinho e meu estômago deu uma trégua, fico surpresa com a velocidade em que Alicia dormiu, ela praticamente capotou encostada em seu travesseiro.

-Quanto tempo de viagem? – Pergunto para Christopher que estava mexendo no celular.

-Até Roma, são pouco mais de dez horas.

-Dez horas? Vamos ficar DEZ horas presos em um avião.

-Na verdade é mais já que de Roma para Noruega teremos que voar mais um tempo, mas esse não deve passar de duas horas de viagem. – Ele explica calmamente como se já tivesse feito essas viagens longas várias vezes.

-Se soubesse que era tão longe, não teria concordado com isso. – choramingo.

-Você pensava que a Noruega era onde? Na América do Sul?

Reviro os olhos e não respondo nada.

Só preciso sobreviver mais nove horas e meia. Quer dizer... nove horas e meia mais a viagem toda.

Por incrível que pareça a viagem foi bem tranquila, Christopher passou a maior parte trabalhando em seu notebook. Eu como sempre fiquei lendo meu livro ou ouvindo músicas que Christian me ensinou a baixar no celular. Alicia dormiu a viagem toda só acordou para almoçar mas logo pegou no sono novamente, ficar parada não é para ela.

Meia Noite e Um - ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora