5 DIAS APÓS A FUGA
A escuridão mais acima da torre continua sendo algo hipnotizante para Lulun. Todas as manhãs passa os primeiros segundos a observando. Dessa vez, o que faz ele levantar são batidas vindo da grande porta. Assim que abre, Lea aparece, agora com uma roupa mais casual e descontraída. Parece animada. O garoto é recebido com um "bom dia, Lulun!" em bom som. Ela puxa seu braço como geralmente faz e o coloca para fora de casa.- Já está tarde. O que acha de tomar um pouco de sol?
- Elizabeth te mandou aqui? - Lulun responde, incomodando com a luz inesperada.
- Bem, ela pediu para que eu viesse checar o seu braço. Ele parece melhor para você?
- É. Acho que só tinha saído do lugar, já está bom. Senti algumas dores nos últimos dias, mas foram parando com o tempo, sabe?
- Entendo. Isso é bom.
Lea parece estar inquieta e olha estranhamente para o garoto. Quando ele demonstra notar, ela finalmente fala.
- Quero lhe perguntar algo, Lulun. - Aponta com a cabeça para o topo da torre, qual o garoto costuma ficar quando só.
Eles sobem a escada de madeira. Chegando lá, Lea respira fundo e começa a falar.
- Foi tudo tão rápido. Mal posso acreditar que estou fora de lá. Valeu por ter deixado em segredo que vim da nobreza, tá legal? Imagino que não seria bem aceita aqui caso o contrário.
Lulun assente, olhando para mesma.
- Você está se dando bem lá na Taverna?
- Sim. O Reilun e Elizabeth me deram um quarto. Eles são boa companhia. É muito barulhento lá, do jeito que gosto.
- Uma das vantagens que tenho em morar afastado da vila é a ausência do barulho, não sei como você gosta.
Lea dá uma risada.
A criatura Pegasus aparece voando dos céus, indo em direção a eles.
- Olha quem voltou! - Lea fica feliz em ver o animal, parecendo se distrair do assunto.
Ele para ao lado deles, abaixando a cabeça no intuito de receber carinho.
- Obrigada a você também, meu menino. Salvou nossa pele, sabia? - A mulher diz enquanto alisa a cabeça do bixo ao mesmo tempo que Lulun.
- A carta já foi enviada para Siney? - O pequeno soldado pergunta, enquanto alisa o Pegasus.
- Sim. Agora teremos que esperar alguns meses. Reilun garantiu a segurança delas.
- Tudo bem, deve confiar nele.
Lea parece apreensiva.
- Quer me falar mais algo? - Lulun questiona.
- Quero.
Com o animal saindo e deitando no solo ao lado da torre, ambos começam a olhar para a mesma direção, no horizonte.
- Você ainda sente vontade de se aventurar?
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Lulun
FantasíaUm pequeno soldado tem sede por aventura. Acompanhe ele em sua trajetória nesse mundo de fantasia até descobrir os segredos do lugar onde vive, alimentado de um passado cheio de inveja e traições. "Ele quer enfrentar inimigos, ver todas as criaturas...