Lulun

7 - Nucleum

No presente, Lulun e Lea estão saindo do barco, amarrados por homens enormes.

- Como podemos ter pisado aqui sem termos sido alvos das Iaras? Aqui tem um amontoado de portais aquáticos. - O Chefe do grupo pergunta para um dos seus.

- Sim... Verdade. - O moleque, o qual é mais novo que todos, responde confuso.

- O quê? Você não sabe o que são Iaras?

O moleque diz que não com a cabeça.

- O que você está fazendo aqui, então? É o básico da navegação.

- É meu filho, chefe. Quis trazer ele. - Um dos homens responde.

- Não lembro de minha permissão ter sido implorada. Conversaremos sobre isso depois.

Lulun e Lea observam tudo acontecer.

- Portais aquáticos são passagens para reinos que não são possíveis de se encontrar nesse mar. Ou seja, se conseguirmos chegar até eles, vamos parar em um lugar que não encontraríamos simplesmente navegando. - O líder responde.

O moleque parece confuso.

- As Iaras geralmente são enviadas pelos líderes dos reinos através desses portais. Pela região ao redor de Nucleum existem vários, entendeu?

O moleque ainda parece confuso, mas disfarça que sim. Já Lulun, com sua antiga experiência envolvendo essas duas coisas, consegue entender melhor.

- Ensine para ele o básico. - O líder reclama, olhando para o pai do moleque.

Interrompendo a conversa, outro homem chega.

- Está tudo pronto, chefe.

- Ótimo! - Ele desvia totalmente sua atenção do pai e filho. - Rei Jeff deverá nos esperar ansiosamente. Vamos seguir em frente e comprar uma poção maldita para ele.

- Não é como se faltasse porções lá. - Lea retruca, para irritar.

- Não estou duvidando do luxo de seu reino, estou apenas sendo educado. Melhor que dois presentes, só três. - O chefe fala lentamente, com raiva.

Lea vira sua cara para evitar olhar para ele.

- Vamos acabar logo com isso.

Eles começam a andar em direção á Nucleum. Essa ilha, diferente de Partyon, tem um aspecto escuro.

As cores são mortas. As ruas, apesar de extremamente movimentadas, são sujas e fedorentas.

Durante algumas partes da caminhada, Lulun sente vontade de vomitar graças ao fedor insuportável que as diversas mercadorias estragadas soltam.

O garoto se pergunta o motivo de todas as pessoas presentes estarem agindo normalmente com ele e Lea sendo capturados. Admite, então, que é algo normal por lá.

Lea, subitamente, dá um empurrão de leve no pequeno soldado e sussurra:

- Não quero que esse seja nosso fim, Lulun. Temos que dar um jeito de sair dessa.

O garoto não responde. Em vez disso, sua intuição manda ele analisar as coisas ao seu redor. São cerca de 10 homens levando eles, assume que todos estão armados. Apesar disso, a rua extremamente estreita que estão seguindo está movimentada, Lulun pensa que isso pode beneficiar eles de alguma forma.

Começa a analisar as lojas do local. Repara num cartaz enorme que está colado na parede, nele diz: O discípulo de Malevulun está prestes a nascer. Tenham fé!