Capítulo 25 - Penúltimo

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Mia O’Connell

Rolei pela cama e inalei o cheiro de Pedro antes de me levantar.

Hoje era o dia em que iria apresentar a minha peça, e eu estava nervosa.

- Moser, acorde! – bati em seu braço, o fazendo acordar assustado.

- Porra, você me assustou!

- Acordei você para avisar que estou saindo, tenho que organizar os últimos ajustes da minha peça.

- Mia, aquilo que falamos ontem, foi real?

hesitei.

- Sim, mas ainda não perdoei você ao todo – cantarolei saindo do quarto, mas não antes de ouvi-lo murmurar um "é claro que não" e prendi o riso.

é claro que havia o perdoado, eu amava o Pedro, não conseguia ficar brava por muito tempo com ele.

Tomei um banho rápido e corri para a escola de teatro, todas as crianças já estavam prontas e vestidas como o combinado. Meu peito se encheu de orgulho ao chegar e vê-los repassando suas falas, alguns dando pulinhos animados e nervosos para apresentarem.

Suspirei.

Os convidados já haviam chegado quando espreitei pela cortina vermelha e avistei Moser e todos aqui presentes ocupando a primeira fileira.

Meus olhos lacrimejarem levemente de felicidade e suspirei. Mas um puxão leve em meu vestido longo chamou minha atenção.

- Tia Mia, estou nervoso – Nick diz, uma gotinha de suor escorrendo em sua testa.

O peguei em meu colo e sentei em uma cadeira próxima com ele.

- O que está assustando você, Nick?

- As pessoas lá fora.. são muitas..

Passei a mão em sua cabeça em um leve carinho e sorri.

- Nick, não se preocupe, quando você entrar naquele palco, imagine que está sozinho, nada irá importar.

- Você acha?

Apertei seu nariz fofo e ouvi sua risada.

- Tenho certeza absoluta, Nick.

(...)

As apresentações começaram e quando chegou a vez dos meus alunos, a ansiedade quase me comeu viva. Mas fora tudo um sucesso e todos amaram, rosas foram jogadas para mim quando fui agradecer a presença e apoio de todos e gritos altos alcançaram meus ouvidos

a maioria deles era de Moser.

Desci do palco abraçando as meninas que correram em minha direção e depois as crianças. Todos estavam começando a se retirar, mas um barulho chamou nossa atenção e apertei as sobrancelhas confusa quando avistei Moser com um buquê de rosas em mãos e um microfone na outra.

- Ainda não acabamos, pessoal, sentem suas bundinhas lindas – todo mundo gargalhou e neguei com a cabeça, maluco.

- O que ele está fazendo? – perguntei aos sussurros para Miguel que sorriu.

- Um grande gesto de amor.

Sorri abobada e olhei para Moser, que esperou pacientemente todos na plateia se sentarem.

- Eu quero contar uma história de amor para vocês – ele começou – Baseado em fatos reais, tá?

Todos bateram palmas e concordaram, eu não conseguia nem mesmo parar de sorrir.

- Era uma vez, um homem de espírito de livre e que sempre viveu da forma que podia, conheceu uma linda mulher – fez uma pausa dramática – Mulher essa que deixou ele apaixonado por ela no mesmo instante em que a viu, como amor à primeira vista.

Sorri, meu coração acelerando dentro do peito.

- Não conseguindo entender o que estava sentindo, ele propôs que eles passassem algumas semanas juntos, já que a linda mulher iria embora depois de alguns dias e não sabia quando voltaria para ele – todos fizeram um coral de "aaa" triste e neguei com a cabeça – Foram as melhores semanas que eles dois tiveram, ele conheceu mais sobre ela, ela conheceu mais sobre ele, e então, eles se apaixonaram um pelo outro, completamente apaixonados.

Os olhos verdes caíram sobre os meus e vi uma lágrima escorrer no rosto de Moser.

- Ela foi embora da vida dele depois de confessar seus sentimentos, mas não deu tempo para que ele contasse que também estava apaixonado por ela, melhor, ele estava fascinado – Pedro sorriu – Anos depois, ela voltou e o homem se determinou a passar o resto dos seus dias a convencendo a se tornar sua, mas a mulher era orgulhosa demais para ceder, ele estava prestes a ficar louco.

Todos gargalharam.

- Ele teve que mentir sobre algumas coisas e trapacear algumas vezes para conseguir por ela em suas mãos – suspirou – Coisa que ele se arrepende profundamente em ter a magoado desse jeito, ele ficou de coração partido pelas coisas que fez. Mas o que ela não entendia é que ele faria tudo que fosse preciso para ter ela em seus braços, porque ele a ama, ele sempre a amou como um louco. Ele se colocaria no fogo por ela porque ela é tudo que importa para ele.

Lágrimas escapavam dos meus olhos e funguei.

- Mia O’Connell, aqui, nesse palco, diante de toda essa plateia, você aceita se casar comigo?

Corri até ele subindo no palco e pulei em seus braços, a plateia inteira aplaudindo e gritando para nós dois.

- Sim, sim!

Beijei sua boca com desespero, sua língua encontrando a minha, mas paramos o beijo quando Miguel gritou

- Não vão se comer aqui não ein!

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Boa leitura! ❤

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