Capítulo 20

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Mia O'Connell

- Que filme horrível, Mia - Pedro resmungou.

Era sábado à noite e estava chovendo forte lá fora, Moser e eu pegamos os cobertores e nos deitamos no sofá de seu apartamento aproveitando o clima para fazer um cineminha em casa.

- Você não pode dizer isso, retire o que disse agora mesmo.

- Me diz, o que tem de interessante em ver uma patricinha pegar uma garota "feia" e transformar ela no que ELA acha que é bonito? é fútil.

Abri e fechei a boca várias vezes, apertei as sobrancelhas e Moser riu.

- Você está brava porque critiquei seus filmes.

- Não estou não.

- Está sim, está fazendo aquilo com as suas sobrancelhas outra vez.

Bufei e saí dos seus braços - Você não entende, tem TUDO de divertido, saber como a garota vai ficar.. qual estilo ela vai passar a usar.

- E aí o cara popular decide notar a garota - uma de suas sobrancelhas levantou e bufei de novo.

- Para de estragar minha infância, duvido que se eu fosse feia você me-

- Primeiro, impossível você ser feia algum dia, segundo, eu ainda iria amar você da mesma maneira.

Ia responder, mas me calei abruptamente quando percebi o que havia saído da sua boca.

Várias borboletas dançando em meu estômago, as pupilas de Moser dilatando pra mim, prendi o ar.

- Moser.. - sussurrei - Você disse que..

- Sim, eu disse - deu de ombros como se isso fosse algo normal e bufei.

- Você não pode dizer isso e esperar que eu haja normal.

- Mia, continue assistindo o filme.

- Moser!

- Mia!

- Você disse que me ama, você não pode..

- Quer saber? cansei de assistir - ele se levantou e arrancou a camisa - Vou tomar um banho de chuva, você vem comigo?

- São três horas da manhã.

- E o que diabos isso tem haver com a minha vontade de tomar banho de chuva?

- Você está fugindo do assunto anterior.

- Não, estou convidando você para tomarmos banho de chuva.

- Você é louco - sorri.

Moser estendeu sua mão para mim a balançando e hesitei.

- Vamos, Mia, eu cuido de você se você chegar a ficar doente.

Dei de ombros e saltei do sofá agarrando sua mão e descendo do prédio junto com ele.

A chuva estava forte, as gotas grossas caindo sobre minha pele me fazendo estremecer no início até me acostumar com o frio e gargalhei quando Moser começou a correr sozinho na rua e gritando.

- O MUNDO É NOSSO, MIA! - ele gritou e gargalhei mais ainda, não conseguindo me conter, meu coração batia forte dentro do meu peito.

Pedro subiu em cima de um banco que tinha em frente ao nosso prédio e abriu os braços sorrindo para mim.

- EU TE AMO, MIA, EU TE AMO! - gritou - CADA PEDAÇO ERRADO E FODIDO DE MIM AMA VOCÊ, PEQUENA!

Minhas risadas se perderam no ar conforme eu corria até ele e subi no banco com a sua ajuda, ficando de frente para ele.

eu me sentia uma das garotas de filmes de adolescentes que eu sempre quis ser quando mais nova, mesmo sabendo que nunca viveria o que elas tinham, mas eu estava completamente errada.

- Pedro..

- Mia..

- Eu amo você, Moser.

- Eu amo você, Mia.

Seu sorriso se alargou em seu rosto e ele me puxou para os seus braços, colando nossos corpos e me beijando em meio à chuva que caía sobre nós.

Interrompemos o beijo e trocamos um olhar cúmplice antes de explordimos nas gargalhadas e começarmos a dançar sem música nenhuma.

Mas não precisávamos de música, nós tínhamos um ao outro e sabíamos criar o clima perfeito para isso.

Encostei a cabeça em seu peito, as gotas escorrendo por meu rosto e o apertei mais contra mim, ouvindo seu coração acelerado como o meu.

Moser estava certo, o mundo era nosso..

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Boa leitura! ❤

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