1. Chuva repentina.

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Olá leitor! Obrigada por escolher essa fic para ler, fico contente que tenha se interessado. Antes da história começar, vim deixar uns avisos aqui:

─ É minha primeira fanfic sendo postada, então não tenho muita experiência na plataforma como escritora, apesar de ter como leitora. Por favor compreendam!

─ A história não está completa ainda! Eu lançarei os capítulos aos poucos, vou tentar postar semanalmente, mas por conta da rotina ocupada pode ser que uma sequência não seja seguida.

─ Essa fic não terá +18! Ela pode conter alguns TW com assuntos sobre depressão, mas nada será abordado de forma muito gráfica ou pesada!

─ Se puderem votar ou comentar sempre serão ações muito bem vindas, adoro a interação dos leitores e adoraria saber o que vocês tem achado da história.

─ Diálogos terão linguagem informal e podem conter palavrões.

Alguns episódios podem conter erros de digitação que serão removidos após revisão**

É isso, boa leitura!

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8:49 AM
SEOUL, SOUTH KOREA.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐦𝐢𝐫𝐚𝐢!

Olhei incrédula para o relógio, como assim não se passaram nem duas horas neste inferno? Suspirei esgotada de esperar que mais uma aula acabasse, me ajeitei deliberadamente na cadeira. Era aula de coreano, uma das matérias mais complicadas que eu tinha. Não que fosse tão complicada assim, mas me tirava alguns suspiros de irritação pois eu era péssima na pronúncia, e convenhamos que o professor Jung não ajudava muito, ele parecia ter um imã que o levava para todos os estrangeiros com pouca habilidade de pronúncia, inevitavelmente fazendo perguntas e pedindo que nós revisássemos a matéria do dia. Aquele quadro cheio de letras e símbolos complicados me cansou mais ainda, por mais que eu entendesse as palavras, elas tinham de ser traduzidas mentalmente e isso me chateava.

Já prevendo meus próximos passos, puxei 'devagarinho meu caderno de desenho que se disfarçava de agenda. Quer dizer, a capa realmente era de uma agenda, mas eu havia trocado as folhas para poder desenhar nesse tipo de aula chata, sem ser incomodada. E funcionava na maioria das vezes, é claro. Meu lápis correu a folha meio amassada, e então iniciei um esboço vago de um rosto, um rosto familiar até demais. Olhei para minha direção em lateral e pude observar eles, aqueles oito garotos brincando entre si enquanto eu procurava o meu alvo. Falando assim, é assustador, não? Eu me peguei questionando porque olhava tão intensamente pra eles, se não fossem tão avoados e bagunceiros talvez tivessem percebido.

Finalmente depois de alguns segundos pude observar maravilhosamente bem o rosto de Bangchan, o sol que batia em seu rosto fazia o mesmo franzir a testa levemente, soltei um sorriso nasalado tentando disfarçar o quão tinha achado fofo aquilo. Voltei a desenhar, agora com a memória fresca de como desenhá-lo claramente, usei da borracha algumas vezes, gostava da precisão. Fui guiada num transe enorme, era como se toda vez em que eu desenhava ele, tudo ao meu redor parava e eu conseguia ouvir pássaros e cachoeiras ao fundo. Sensação que foi me tirada rapidamente quando senti uma cotovelada nada discreta de Esmé, olhei incrédula enquanto pensava em uma maneira de gritar com ela silenciosamente, se é que isso era possível.

─ Olha, eu sei que você tá fazendo suas anotações super importantes, - uma piscadela veio de seus olhos - mas o professor pediu pra você prestar atenção, Mirai. - Ela se comunicava comigo com o olhar também, eu entendi a frase como "pare de desenhar, o professor já tá desconfiando" ou algo parecido, então fechei minha agenda de desenhos e voltei a olhar aquele quadro com palavras confusas. Pouco tempo depois já me vi perdida decidindo qual dos oito eu desenharia assim que acabasse o desenho de Bangchan, eu costumo intercalar os desenhos deles, afinal não tenho capacidade alguma de escolher dentre oito garotos extremamente bonitos e desenhar somente um, se fossem 7, talvez eu fizesse um dia da semana para cada. Ah, fala sério: se você tivesse oito modelos perfeitos para desenhar sempre que quisesse, pois sempre estão em seu campo de visão, você realmente iria buscar mais inspirações? Tipo, além de extremamente bonitos, eles estudam comigo, então eu consigo ver o rosto deles por pelo menos metade do dia. Eu poderia pegar algum modelo famoso como inspiração e desenhá-lo, mas ainda assim eu teria de levar meu celular para as aulas ou algo do tipo, com eles aqui eu só preciso contar que não faltem.


12:37 PM
SEOUL, SOUTH KOREA.


Caminhava ao lado de Esmé até o nosso condomínio, coincidentemente morávamos em apartamentos de frente um para o outro. Quando comecei no ano letivo podia jurar que a garota francesa da sala tinha mania de perseguição, até que conversamos nas aulas e decidimos aproveitar o caminho igual e irmos juntas para as aulas sempre, daí nossa amizade.

─ Qual deles foi hoje? - Disse a francesa percebendo minha distração no desenho agora pronto.

─ Bangchan. Acho que a luz favoreceu, mas hoje ele pediu pra ser desenhado. - Comentei indiferente enquanto caminhava fechando a agenda e levando nas mãos.

─ Ele veio falar com você?! Em que momento? Será que viu os desenhos? Meu Deus! E se ele viu de todos, Mirai? - Esbravejou claramente desesperada, seu rosto esboçava um sorriso que foi diminuindo conforme as frases iam sendo ditas e seu desespero aumentava.

─ O que? Esmé, não leva tudo ao pé da letra. Quis dizer que ele estava tão bonito que não consegui não o desenhar hoje. - Me mostrei incrédula com o nível de lerdeza de minha amiga, "por quê você é assim?" pensei. Deixei por escapar uma risada, segui o caminho debochando da garota menor que andava rapidamente tentando encurtar seu tempo de sofrimento. Seria fatídico se algum deles soubessem, confesso que é um pouco (muito) estranho desenhar eles sempre e todo dia, mas o que eu poderia fazer? Seus traços são tão delicados e únicos, é complicado.

Poucas ruas de casa senti uma gota cair em meu rosto, estava chovendo. E a simples gota fina de chuvisco veio acompanhada de milhares outras, dessa vez mais grossas e frias. Acelerei meus passos enquanto Esmé mantinha seu ritmo anterior. Protegia da maneira que eu conseguia a minha agenda de desenho, não permitindo que as folhas se molhassem, tentativa de proteção essa que foi inútil. Me vi tropeçando em uma pedra levantada na calçada, sem tempo de raciocínio acabei jogando o caderno perto de uma poça à frente, Esmé veio até mim mas assim que me dei conta, corri até a agenda e levantei a mesma, uma expressão de desespero tomou conta de meu semblante assim que vi as gotas sujas e lamacentas escorrendo por toda minha querida agendinha.

─ Merda! Mas que azar. - A menor comentava enquanto se aproximava vendo o estrago.

Me mantive em silêncio por alguns longos segundos, pensando em uma maneira de salvar os desenhos ali. Esmé fez o suporte emocional e continuou andando me guiando até um ponto de ônibus coberto ali perto enquanto eu esfregava as mangas do casaco de uniforme por cima das folhas sujas. Me sentei no banco gelado, pude ver uma gota cair sobre a primeira folha, mas dessa vez a gota vinha de meus olhos. Todo o meu esforço e prática tinham sido estragados, percebendo isso e sem contestar minha frustração em um caderno molhado, Esmé me acalmou o suficiente para que chegássemos em nossos apartamentos, me despedi ainda amuada e então adentrei meu lar.

Suspirei indo direto em direção ao banheiro, larguei a agenda em cima da mesa e segui pegando meu roupão antes de adentrar ao cômodo. Assim que saí, me sentei na mesa de jantar tendo a visão da agenda destroçada em minha frente, me perdia em possibilidades de salvar o que restava ali, mas fui interrompida por um estrondo vindo de meu quarto.

Você é burro? Olha o barulho que isso fez! - Uma voz abafada por detrás da porta pode ser ouvida, um ladrão? Tive a sensação de que já tinha ouvido ela em algum lugar, mas deixei de lado pois ela falava baixo propositalmente, dando a entender que dava bronca em alguém. Então são dois?

Ei, se acalmem. Discutir não vai ajudar agora. - Eu levava minha mão até a maçaneta, mas travei por uns segundos. Bangchan? Eu estou em algum tipo de transe que me faz ter alucinações e ouvir vozes? Larguei minha dúvida no passado assim que abri com força a porta do meu quarto, encontrando ali oito presenças surpreendentes.

─ O que é isso, quem são vocês?! Saiam já da minha ca- Espera aí... Vocês, como entraram aqui? O que... - Puxei um bastão de beisebol que tinha como decoração e apontei em direção ao aglomerado de garotos.

─ Ai olha... Longa história, viu? - Pude ver um deles desistindo de se esconder, apenas se sentando em minha cama como uma visita qualquer, consegui identificar como Hyunjin.

Observei assustada a situação, eles eram realmente parecidos com os meninos que eu usava de modelos de desenho na sala. Mas algo me confundia a mente, eram parecidos mas nem tanto. Extremamente iguais mas com coisas diferentes. Não eram eles? Nem ao menos faria sentido terem chegado até aqui tão rápido. O que realmente está acontecendo hoje?

Draw my love | BangChanOnde histórias criam vida. Descubra agora