07:20 AM
SEOUL, SOUTH KOREA.⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐦𝐢𝐫𝐚𝐢!
Haviam se passado praticamente cinco dias desde o furdunço dos meninos cópias. Eu ainda estava muito confusa e curiosa sobre tudo isso, apesar de amedrontada o suficiente para não tentar abrir mais essa agenda durante os dias. Esmé e eu teorizamos durante horas, isso realmente tinha tirado nosso sono por todas essas noites. Era perceptível quando o rosto de ambas parecia uma máscara de panda, olheiras tão grandes que nem uma boa maquiagem conseguiria disfarçar.
Me levantei de mais uma noite mal dormida e iniciei minha rotina, depois da higiene pronta eu resolvi arrumar minha mochila antes de sair. Avistei a agenda fechada no canto da mesinha, suspirei questionando o que devia fazer com isso. No fim, recebi uma mensagem de Esmé me apressando pra sair e deixei ela ali mesmo, era o mais seguro a se fazer. Viemos o caminho todo conversando, tentando ao máximo achar um bom motivo para ir a escola hoje.
Assim que entramos pude avistar os garotos ali, tudo certo até que no mesmo instante em que eu me sento no meu lugar BangChan vem em minha direção. Maldição, ele carregava um sorriso hipnotizante o suficiente para que eu não desse falta de minha amiga no assento do lado.
- Posso sentar aqui rapidinho? - Parou em frente as duas carteiras e apontou com a cabeça na direção da outra, indicando em qual sentaria. Eu levantei o rosto e apenas concordei muda, preferia não ter que falar do que falar com a voz trêmula que eu já conhecia quando ficava nervosa.
- Então, você tá bem? É que ultimamente eu tenho reparado que você parece meio abatida. Não só você na verdade, aquela sua amiga também... Vocês tem brigado? - Parecia um pouco desconfortável ao me perguntar, talvez por envolver parte da minha vida pessoal. Ele era atencioso, pena que parte do meu desespero tinha o rosto quase igual ao dele.
- O quê? Não, não. Eu e a Esmé não passamos mais de dois dias brigadas, não é isso. Eu só... Tive alguns problemas em casa, e digamos que isso tem preocupado ela também. É complicado, não acho que você entenderia nem se eu explicasse. - Disse após coçar um pouco a garganta, eu tentava disfarçar meu nervosismo enquanto esfregava minhas mãos.
- Ah... Tudo bem então. Me desculpa se eu te incomodei, não era a intenção. - Ele parecia afobado enquanto falava, se levantou rápido e ia saindo, senti que pareceu decepcionado ou magoado então tirei coragem de onde nem eu sei e segurei fraco seu pulso.
- Bangchan, eu aprecio que tenha se preocupado, de verdade. Mas é algo realmente complicado de explicar e prefiro não te incomodar com isso. Eu estudo com você vai fazer uns anos e apesar de não termos intimidade eu sei que posso confiar em você, eu só... Acho que isso é algo que eu e Esmé precisamos lidar sozinhas, entende? - Senti um alívio ao vê-lo se virar em minha direção com um sorriso reconfortante.
Fala sério, como eu iria dizer que meu caderno de desenho, cujo tem várias artes dele e seus amigos, virou algo mágico e agora eu tenho gêmeos deles comigo? Sem chance, ele me acharia louca, se não pela parte da magia então pela parte dos desenhos.
- Me deixa feliz que saiba que pode confiar em mim. E eu entendo, não se preocupa. Mas de qualquer forma, se precisar de alguma ajuda eu tô lá com os meninos sempre. - Disse antes de voltar ao grupinho, percebi algumas brincadeiras bobas dos garotos com Bangchan quando se aproximou deles. Suspirei um pouco confusa, procurei por Esmé e ela nem na sala estava. Deitei meu rosto na mochila que deixei em cima da carteira.
Então ele reparou que eu estava mal? Se sim, isso significa que já me observava antes disso, pelo contrário, como saberia que estou diferente? Isso me tirou um sorriso que felizmente foi escondido já que eu deitei meu rosto.
Finalmente minha amiga voltou até a sala e eu não quis esperar nem alguns segundos, assim que ela se sentou eu puxei seu tronco para baixo e me agachei junto, estávamos com os rostos praticamente embaixo da mesa. Ela me olhou confusa mas sem tempo pra dizer algo pois logo cortei sua fala, uma bela vingança.
- Sabe onde você tá sentada agora? Há alguns minutos atrás era Bangchan quem 'tava aí, e adivinha? Uhum. Ele falou comigo! - Eu disse e na última frase tentei gritar em sussurro, se é que isso é possível.
- 'Peraí, você tá me zoando né? Eu não acredito que perdi isso. E o que ele disse, garota? Conta de novo e conta direito. - Dizia com uma feição impagável de fofoqueira.
- Eu não ia mentir sobre isso! Ele veio até a sua mesa e perguntou se eu e você tinhamos brigado porque ele reparou que a gente tava muito estranha nos últimos dias. - Terminaria de contar se o adorável senhor Jung não tivesse nos dado uma bronca. Qual a pira do mundo em me interromper? Ao tentar levantar meu tronco acabei por bater a cabeça na mesa, foi engraçado para Esmé mas o que me desesperava era que agora Bangchan e seus amigos sabiam que eu corri contar para ela.
Durante as aulas a garota francesa me irritava para terminar de contar tudo, sabendo do alerta do professor eu resolvi escrever no caderno e mostrar pra ela. Era engraçado ver as reações contidas mas ainda assim caricatas da garota enquanto lia a mensagem. Eu tentei ao máximo prestar atenção nas aulas agora que não tinha meu caderno de desenho mas tinha algo me incomodando, resolvi olhar ao redor e logo percebi.
Bangchan olhava em minha direção algumas vezes, assim que me toquei eu forcei um sorriso fechado e acenei com a cabeça como quem dizia "opa, tudo bem?". Isso foi respondido com um daqueles seus sorrisos amigáveis. Eu parecia gritar por dentro, sentia um frio na barriga que ao mesmo tempo que parecia assustador também parecia uma sensação boa. Repeti algumas vezes o ato de olhar até ele e vez ou outra era retribuido, o que me deixou confusa. Apesar de ter estudado com ele todos esses anos, nós nunca fomos próximos ou dialogamos por muito tempo, e quando o fazíamos, tinha relação com atividades ou lições em grupo.
Não bastando os clones, agora o verdadeiro Bangchan também era motivo de uma Mirai deitada na cama olhando pro teto por horas enquanto suspirava pensativa.
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Draw my love | BangChan
Fiksi PenggemarOnde Mirai, uma artista que adorava desenhar os oito rapazes famosos do campus, tem seu caderno de desenho transformado em um item mágico que tornava seus desenhos reais. O único problema é que os desenhados em questão já existiam e agora tinham clo...