Capitulo 11

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Anjos são criaturas inteligentes e que sempre calculam cada movimento e nunca agem por impulso. Esse é o básico deles, é aquilo que veio escrito na embalagem quando os primeiros Anjos foram feitos. 

Milênios se passaram, e podemos dizer que essa forma ficou um pouco enferrujada. Sebastian não foi o primeiro Anjo ‘’diferente’’ e nem vai ser o último. Porém, ao mesmo tempo que Anjos um tanto rebeldes eram criados sem intenção, Anjos mais velhos aperfeiçoavam suas experiências, para o bem ou para o mal. 

Os Anjos, aqueles que praticamente viram a Terra sendo criada, entendem que devem fazer de tudo pelo Bem Maior do Céu, não importa quão injusta ou má essa ação possa ser. 

Eles foram criados para obedecer e serem soldados celestiais, e isso eles serão e aqueles que irem por um caminho diferente sofrerão as consequências, queiram ou não. 
Infelizmente para Sebastian, os Anjos também adquiriram senso de humor e não o consideravam importante. 

Sebastian: 

Está chovendo de uma forma que eu nunca tinha visto antes nesse pequeno tempo em que estou na Terra - no Céu nós não temos chuva. 

Água continua caindo e junto com ela veio os raios e trovões. 

Eu ainda não sei exatamente como eu me sinto em relação aos trovões porque eu fiquei por um longo tempo apenas em pé dentro da sala de casa observando os clarões e então o som e aquilo parecia ribombar dentro de mim. Pareceu sincero e sereno e parecia que pedia aos humanos que desacelerassem um pouco e fizessem silêncio.

Me fez lembrar das minhas Asas; da sensação de voar. 

E inevitavelmente, isso me fez sentir imensa tristeza. 

E então eu vi o quanto essa tempestade fazia Lewis triste. 

Nós tivemos que tirar todos os eletrônicos da tomada, para não corrermos o risco de queimar os objetos - Lewis me explicou, e quando tiramos tudo ele se sentou no sofá e se encolhia a cada som forte que vinha de longe. 

Ele não chorou nem nada, mas não estava feliz. 

Eu me sentei ao lado dele e coloquei o braço ao seu redor. 

-Eu estou aqui com você. - Eu tinha aprendido que demonstrar apoio e se fazer disponível para o outro era importante em horas assim, e torci para que estivesse fazendo as coisas certas. 

Ele deu um sorriso sem humor. 

Parecia que iria falar alguma coisa, mas então sua boca se fechou. 

Boom! 

Ele fechou os olhos e os reabriu quando passou. 

-Obrigado - Ele disse. 

Eu não pretendia sair dali tão cedo, e estaria ao lado de Hamilton até que essa tempestade passasse, mas algo estranho começou a acontecer. 

Uma dor me atravessou o estômago, o que me fez contrair o corpo e me curvar, apertando os olhos e rangendo os dentes. 

Mal pude perceber o movimento de Lewis ao meu lado quando uma dor semelhante se apossou da minha cabeça, e tudo o que pude fazer foi levar as duas mãos inutilmente as orelhas. 

Talvez eu tenha gritado, eu não consigo lembrar. 

Tudo ficou barulhento e alto.

E então silêncio. 

Aquele silêncio absoluto que você só consegue encontrar em um lugar. 

Se prolongando e se prolongando. 
Eu levantei, e lá eu estava.

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