Pregar o olho esse resto de noite foi quase que impossível, minha mente não parou de funcionar nenhum minuto. Tudo que eu pensava era: Marina e Sinu. Imaginei o encontro de mil maneiras diferentes, com mil jeitos, diálogos, expressões, lágrimas, sorrisos. Mas no final de tudo, eu não podia prever o que iria acontecer no dia 23 quando Marina pisasse em nossa casa pela primeira vez em quase 18 anos longe, afastada de tudo que um dia deveria ser seu também.
Sofia fez questão de dormir comigo, pois estava com saudades. Eu até quis demonstrar toda a saudade que eu estava sentindo mas minha cabeça estava tão pesada e meu maior medo era transmitir meus problemas para a pequena e deixa-la preocupada e a mesma ir pedir socorro para a minha mãe.
O dia amanheceu e tudo que eu tive foram poucas horas de sono, milhares de mensagens da Lauren em meu celular, ligações.. E eu ainda não tive coragem de responder uma sequer. Eu estava sentada em minha cama encarando 23 mensagens e 12 ligações. Respirei fundo e abri o nosso chat, escrevi um "Estou bem, te ligo depois." Voltei a jogar o celular em minha cama e decidi que iria finalmente acordar.
Tomei um banho demorado, gelado. Eu estava totalmente desperta e pronta para meu penúltimo dia de paz. A casa estava silenciosa, até eu chegar na cozinha e escutar as risadas de Sofia e minha mãe. Adentrei na cozinha sem ser notada e agarrei a pequena que estava sentada em um dos bancos e com os cotovelos apoiados no balcão.
- Boa tarde, coisa linda. - Dei beijos em seu pescoço e dei a volta no balcão até me aproximar de minha mãe e lhe dar um beijo na bochecha. - Bom dia, mama.
- Bom dia. - Disseram em um coro.
- Você dormiu bem, filha? - Encarei Sofi que sorria para mim e voltei para o seu lado, ocupando o banco ao seu lado.
- Dormi um pouco, tive um pouco de dificuldade pra pegar no sono mas estou bem. - Passei meus dedos pelos meus fios ainda molhados e encarei as panelas em cima do fogão. - O almoço ainda vai demorar?
- Não, só um pouco de paciência. - Aquilo era para parecer completamente rude mas não foi, minha mãe tinha uma doçura no modo de falar.
- Kaki, quando a Lolo vem aqui? - Perguntou-me fazendo círculos com seus dedos no balcão.
- Logo. Eu prometo. - Respirei fundo, o máximo que pude e tentei tomar iniciativa de pedir por uma conversa com minha mãe.
- Está acontecendo alguma coisa, filha? - Neguei com a cabeça lentamente e encarei o chão, dando um sorriso fraco.
- Eu só senti sua falta.
Nós três almoçamos em meio a conversa. Elas me contavam o que havia acontecido nos dias que eu estive fora, os fãs, as revistas, tudo. E eu contei como havia sido a minha passagem por Cuba, as pessoas que conheci com exceção de Marina. Mesmo depois de comer, permanecemos na mesa, eu com o celular em mão mostrando algumas fotos que havia tirado com as meninas. Por um momento eu realmente esqueci da conversa que teria que acontecer hoje com minha mãe.
Sofia adormeceu em meu colo assistindo tv, minha mãe havia ido para o seu quarto pois tinha que resolver algumas coisas no computador. Mesmo com o seu peso e com uma certa dificuldade, consegui levar Sofi para o seu quarto. Fiz meu caminho até o quarto dos meus pais, em passos lentos, que demonstravam a minha vontade de não ter aquela conversa. Eu sequer sabia como começar, ou o que perguntar de uma forma que não fosse me complicar. Encostei minha cabeça na porta sem fazer barulho e respirei fundo mais uma vez.
- Mama? - Bati duas vezes na porta, fazendo um som baixo.
- Pode entrar. - Respirei o mais fundo que pude mais uma vez e girei a maçaneta, minha mãe estava sentada em sua cama com o notbook em suas pernas. Sorri de canto e entrei com uma certa timidez.
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Crossed Destinies
FanfictionCamila está chegando no auge da fama com seus 17 anos, juntamente com suas 4 amigas, Allyson, Normani, Dinah e Lauren. Uma garota como qualquer outra, com seus relacionamentos turbulentos como todos os adolescentes. Um de seus relacionamentos turbul...