I know you

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Senti Camila se mexer em cima de meu corpo e aquilo realmente me despertou, a claridade me fez cerrar os olhos e virar o rosto. Suspirei e ouvi alguns passos no corredor, com certeza todos já estavam acordados. Toquei o pescoço de Camila levemente e sua febre havia ido embora, ainda bem. Mas eu ainda tinha algumas perguntas à fazer. Subi minha mão levemente e comecei a contornar seu maxilar com a ponta do meu dedo indicador.

- Dá pra tirar a mão do meu rosto? - Sorri levemente e abaixei o olhar.

- Desculpe. Como está se sentindo? - Ela se levantou e começou a se espreguiçar, provavelmente um pouco dolorida pela posição que ficou durante horas.

- Um pouco melhor. - Assenti e me sentei no sofá, fazendo careta pela pontada que senti nas minhas costas. - Você está bem?

- Estou.. Você sabe que não precisar mentir pra mim, não sabe? - Camila demonstrou um pouco de nervosismo e me encarou confusa.

- Sei, por que tá me falando isso?

- Aconteceu alguma coisa? - Arqueei minhas sobrancelhas e prendi meu lábio inferior. Ela negou com a cabeça e pareceu certa do que estava fazendo. - Então tudo bem, se você precisar conversar ou alguma coisa.. Eu estou aqui. - Me levantei e lhe dei um beijo na testa. - E come alguma coisa, você precisa.

Os dias estavam passando rapidamente, eu estava tentando aproveitar ao máximo esses 5 dias em casa pois daqui 2 dias iria viajar para um lugar totalmente desconhecido. Eu até tentei arrancar algo dos meus pais, mas quem dizia que eles me deram uma dica sequer? Tudo que eu ouvia era "No aeroporto você descobre." As meninas e eu nos falamos bem pouco durante esses 5 dias, porque afinal, estamos curtindo um tempo com a família. Minhas ultimas palavras com a Camila no aeroporto foi um "Até logo." E um abraço super rápido e até hoje, nem um Oi ou uma ligação.

Marcava 9:34 da noite, eu estava deitada completamente relaxa na minha cama quando comecei a ouvir barulhos de trovões do lado de fora de casa, uma tempestades daquela estava prestes a acontecer. Aquilo não me incomodava nem um pouco mas me deixava um pouco impaciente pois eu sabia que tempestades traziam alguns desastres. Tentei voltar a me concentrar no livro em minhas mãos mas ouvi o toque do meu celular que estava em cima do criado mudo. Deitei o livro sobre minha barriga e peguei meu celular. Eu fiquei surpresa ao ver escrito "Camz" e a foto de Camila fazendo careta. Deslizei meu dedo na tela e aproximei o celular do meu ouvido.

- Lauren, você está ouvindo? - Arqueei as sobrancelhas e já ia perguntar o que eu deveria ouvir quando um som forte de trovão tomou conta dos meus ouvidos.

- A tempestade? Sim, eu estou ouvindo.

- Por favor, me diz que você pode vim aqui na minha casa ficar comigo até meus pais chegarem. - Aquele pedido me pegou totalmente de surpresa, me sentei na minha cama e olhei através da janela do meu quarto.

- Eu não sei, Camila..

- Laur, por favor.. Você mora há 20 minutos da minha casa! - Fechei os olhos e retirei os óculos de grau do meu rosto. - Você sabe que..

- Você tem um certo medo de tempestades, eu sei.. - Soltei o ar de meus pulmões. - Eu vou tentar, ok?

- Não diga que vai tentar, diz que vem.

- Eu não posso te.. Tá bom, Camila. Eu vou, satisfeita? - Tirei o lençol de cima do meu corpo e fiquei de pé rapidamente. - Eu vou tentar chegar rápido mas deve estar tudo alagado.

- Se vira, Lauren. Chega aqui rápido! - Ela sequer me deu a chance de responder e desligou na minha cara.

- Idiota. - Sussurrei encarando sua foto na tela do celular. Joguei meu celular em cima da cama e fui direto no closet, a procura de uma roupa simples pra sair de casa. Eu sequer sabia se meu pai ia concordar com a minha saída à essa hora pra ir ver a Camila.

Crossed DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora