24 - Cretinos e babacas pretensiosos

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Lembrem-se que essa fanfic é uma adaptação, então, por favor, me avisem se haver erros de personagens.

Boa leitura :)
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Meus pais me cumprimentaram quando entrei em casa.

- Como foi? – A expressão do meu pai era esperançosa.

Eu queria fazer exatamente o que a Sra. Park havia sugerido e contar a eles a verdade. Mas, antes, daria a Ten uma chance de se explicar. Porque não queria magoar meus pais e, acima de tudo, esperava que o trecho que vi fosse a pior parte do filme, que veria na internet algo que não debochava da família toda de uma vez só.

- Foi legal. Podemos conversar sobre isso amanhã? Estou cansada da viagem.

- Claro. Fico feliz por você ter ido apoiar seu irmão. – Minha mãe confessou. – E me arrependo de não termos ido.

- Foi melhor assim. Ele estava ocupado. – Eu fiz uma pausa e a encarei. – Você está maquiada.

A mudança de assunto pareceu surpreendê-la por um instante. Ela levou as mãos ao rosto.

- Sim, claro.

- Já é tarde.

- Ainda não me preparei para dormir.

- Desculpa por ter deixado vocês esperando.

Quando eu estava a caminho do quarto, meu celular apitou. Li a mensagem.

[Rosé]

Vesti o pijama e peguei meu notebook. Tentei assistir ao vídeo como se não fosse eu ali na tela. Como se aquela fosse outra menina qualquer de dezessete anos. Apesar de não conseguir me distanciar completamente, mesmo nos poucos momentos em que tentei visualizá-la, ainda me sentia humilhada pela garota viciada em redes sociais. A menina viciada na aprovação de desconhecidos. Ela nem sabia o que pensava até alguém dizer a ela o que pensar. Não sabia nem quem era. Era horrível pensar que Rosé tinha visto aquilo.

Fechei o notebook com um movimento brusco, depois enfiei a cabeça embaixo do travesseiro. Rosé estava certa. Eu não devia ter assistido. Devia ter me contentado com os três minutos que já tinha visto.

[...]

Ten ligou por volta das nove da manhã. Eu não queria atender, mas queria ouvir o pedido de desculpas. Queria que ele tivesse uma justificativa.

- Alô.

As lágrimas ardiam nos meus olhos. Fiz um esforço para contê-las, como sempre.

- É que... eu pensei que você quisesse falar comigo porque se importava comigo, não porque estava fazendo um projeto.

- Bom, o seu filme teve um efeito mais poderoso sobre mim do que o Facebook jamais conseguiu ter, Ten. Eu me senti um lixo. Uma garota superficial e idiota que não sabe nem o que pensa de verdade. – Tive que fazer um grande esforço para admitir essas coisas. Já tinha sido bem difícil admiti-las para a mãe de Rosé.

- Acho que não funcionou. Riram de mim depois da cerimônia.

- Então eram idiotas. – Isso não parece um pedido de desculpas. – Eu devia ter falado com você sobre o filme. – Também não era um pedido de desculpas.

- Quando foi que você virou um babaca pretensioso?

Desliguei o telefone. Era isso ou gritar vários palavrões para ele, e minha cabeça já estava doendo o suficiente.

Rasguei um pedaço de papel do caderno em cima da mesa e escrevi o endereço do site em que o filme podia ser visto. Depois fui à cozinha, o peito tão apertado de raiva que tive medo de desmaiar. Meus pais estavam sentados à mesa, meu pai lendo o jornal, minha mãe com o caderno de imóveis.

Girlfriend - Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora