29 - Amigos questionáveis

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Lembrem-se que essa fanfic é uma adaptação, então, por favor, me avisem se haver erros de personagens.

Boa leitura :)
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Rosé seguiu até o carro, e eu fui atrás dela.

- Está bem destruído. Eu teria muito trabalho para restaurar.

Uma janela estava aberta, e o interior do Camaro estava cheio de folhas secas, com os bancos rasgados e as molas enferrujadas visíveis. Mesmo assim, Rosé pôs as mãos no teto do carro e se apoiou nele para entrar pela janela. Colocou um pulso sobre o volante e fez cara de modelo: olhar oblíquo, lábios entreabertos.

- O que acha?

Eu ri.

- Combina com você.

- Concordo. Não quer entrar?

O banco do passageiro parecia ainda mais sujo que o do motorista. Ela deve ter percebido minha hesitação, porque pôs o braço para fora e me agarrou. Pulei para trás com um grito. Ela abaixou a mão e bateu na porta pelo lado de fora, como se acariciasse um animal de estimação. Eu me surpreendi chegando perto do carro e entrando pela janela, primeiro a cabeça, desabando em cima dela.

Rosé riu e me ajudou a entrar.

Sobrava pouco espaço com ela ali sentada, e meu quadril roçou no seu peito e no volante. Minha calça enroscou em alguma coisa e eu parei, as mãos no banco do passageiro, os pés ainda do lado de fora.

- Fiquei presa. – Anunciei.

- É, ficou. – A voz dela sugeria um sorriso.

- Me ajuda.

Rosé riu.

- Se eu não estivesse com as mãos ocupadas, você já estaria apanhando. - Tentei puxar a perna de novo e ouvi o barulho de tecido rasgando.

Ela riu novamente, mas segurou meu tornozelo, onde parecia estar o problema.

- Ficou preso no pino da trava. Vou tentar soltar.

Meus braços começavam a tremer com o esforço de sustentar meu peso.

- Consegui. – Disse Rosé, e soltou minha perna. O impulso me jogou de cara no banco.

- Ai.

- Ah, não. Desculpa.

Minhas pernas estavam em cima dela; meus braços, presos embaixo do corpo. A alavanca do câmbio havia deixado um hematoma em algum lugar, com certeza.

Com cuidado, rolei para a direita, em direção ao banco, e ela me ajudou a sentar.

- Tudo bem? – Rosé olhava para mim.

- Tudo bem. – Passei as mãos no rosto, certa de que estava coberto de sujeira. Ela tirou uma folha do meu cabelo. – Estou bem. – Garanti, com um sorriso envergonhado.

- Foi um movimento muito elegante.

Bati em seu braço, e ela fingiu que doeu.

- Bom, espero que tenha valido a pena. – Rosé concluiu, sorrindo. Olhei em volta, e o interior sujo parecia ainda pior de perto. – É, não muito – Respondi, com uma careta.

Ela se recostou no banco e segurou minha mão... Tudo bem. Talvez tenha valido a pena.

- Como foi hoje no colégio? A cena de Um estranho casal? – Perguntei.

- Foi muito bom. Obrigado por ter me ajudado ontem.

- Você não precisava de ajuda.

- Eu preciso da sua ajuda. – O tom de voz sugeria que não estávamos mais falando sobre as falas de uma peça. Talvez ela não estivesse.

Girlfriend - Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora