— Você vai ter que ficar com ela, Katsuki — sua mãe dizia ao telefone, o loiro estava em um bar com os amigos comemorando mais um feito no trabalho.
— Eu não posso ficar com uma criança, ainda mais um bebê! — Katsuki respondeu irritado, levantando-se de onde estava para ir ao corredor silencioso.
Mitsuki suspirou ao telefone, cansada, e o filho sentiu.
— É apenas temporário. A responsabilidade é minha, Katsuki, mas enquanto eu e seu pai não estivermos presentes, ela cai sobre você. Então, por favor, compareça ao hospital amanhã. — A voz dela era tão melancólica que o mais novo não teve opção senão dizer um simples "está bem" depois de um suspiro longo.
No dia seguinte, Katsuki foi ao hospital de forma relutante. Ele sabia que, segundo a lei, o bebê, depois da morte da mãe, ficaria com o parente mais próximo. O pai era desconhecido, portanto, o contato seguinte seriam os avós, porém Mitsuki e Masaru estavam na África do Sul a negócios, o que o levava para o próximo parente da lista: Katsuki. Ele sabia, porém não escondia o desgosto em ter de fazer aquilo, na verdade, não tinha tempo para isso.
Sua advocacia precisava de sua presença e ficaria lá vinte e quatro horas se fosse necessário. Havia lutado tanto para isso que se afastou de tudo e todos para chegar aonde estava e, sinceramente, não se arrependia.
O problema era que aquela não era uma situação da qual conseguiria fugir, ou simplesmente ignorar como sempre fazia quando se tratava de assuntos de família.
— Merda — reclamou insatisfeito.
Nem se lembrava da última vez que conversou direito com seus pais, por isso a desconfiança o consumiu de imediato quando percebeu o nome "Mãe" no visor do celular antes de atender a ligação. Só não esperava que sua irmã tivesse morrido em um acidente e, para piorar, deixado um bebê. O incrível era que Katsuki sequer se lembrava da última vez que viu Himiko, sua irmã mais velha, famosa em ser o desgosto da família – famosa em ser a coisa que Katsuki não deveria se tornar também.
Ela saiu cedo de casa após discutir com sua mãe. Isso tinha sido há muito tempo, Katsuki era ainda uma criança e, sinceramente, sequer sentia vontade de se lembrar de como tinha acontecido; ela nunca havia sido presente, o loiro muito menos a considerava importante, mas agora ela tinha fodido literalmente com tudo em sua vida e, depois de ver a coisa miúda e recém-nascida do outro lado do vidro junto a outros bebês, Katsuki sentiu vontade de ligar para sua mãe e avisar que ele não faria isso, porém um simples "não quero" não seria o suficiente contra uma lei e ele sabia bem.
Suspirou irritado.
Assinou a guarda da criança e, mesmo sendo temporário, não estava nem um pouco a fim de entender o que aquilo significava. Já estava estressado antes mesmo de começar e outra: nunca havia sequer tocado em uma criança, quem dirá criar.
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Please, be mine [BakuDeku]
RomanceKatsuki estava acostumado com a vida corrida e sem tempo, até que sua irmã deixa um bebê aos seus cuidados. Agora o loiro estava em um dilema, salvar a carreira ou dar atenção a um bebê que nem sabia quem era o pai. O problema era que, Katsuki havi...