Izuku era curioso, por isso, depois que colocou Aya para dormir assim que a banhou e a alimentou, começou a explorar o apartamento do suposto homem que tinha uma criança que não era dele. Claro que sem deixar rastros. Era um pouco invasivo? Talvez, mas Izuku gostava de saber com o que estava lidando, e não precisou de muito para descobrir que Katsuki era apenas um solitário.
Ele não tinha fotos ou qualquer arte distribuída pela casa. Os móveis eram simples, mas bem robustos, bonitos por assim dizer. Tudo parecia muito bem cuidado também, nada com pó – talvez uma sujeirinha do dia, mas nada que dissesse que ele era preguiçoso. Não tinha acúmulo de roupas na lavanderia e os armários da cozinha estavam quase vazios, Izuku pensou sobre ele não ter muito tempo para fazer compras e um tilintar de boa vontade surgiu, mas não sabia como ou o que Katsuki gostaria que comprasse, então preferiu deixar de lado e voltar para o quarto de Aya.
Lá tudo parecia novo, só pensou que a cor bege das paredes não combinava com o restante rosa, mas cogitou ser a pressa, ou não, não sabia, Izuku tinha poucas informações para supor alguma coisa sobre os dois, mas nada parecia muito planejado.
Pendeu sobre a grade do berço e sorriu pequeno, acariciando o rostinho fofo da criança e sentindo um peso no peito por pensar demais. Ela deveria ter alguém para se apoiar, não era para isso que famílias serviam? Ela perdeu a mãe tão jovem, seus avós sequer a visitaram, e seu tio não tinha ideia do que era cuidar de um bebê, mesmo que, Izuku claramente notou, que ele estivesse tentando.
Era uma boa coisa a boa vontade dele, quase como um arco-íris em meio a tempestade imaginou. Riu baixinho com o pensamento, sentando-se na poltrona e a reclinando até o limite para escorar a cabeça. Encarou o teto e de repente sentiu seu humor esfriar, seus olhos baixaram e abraçou o próprio corpo com a solidão amorosa.
Todoroki sempre conseguia um jeito de se infiltrar em sua cabeça nos momentos mais inusitados. Aquele não era tecnicamente o melhor momento para isso acontecer, mas sua cagada estava tão recente que encarou o telefone antes no bolso, bloqueando os números de Todoroki.
Ele tinha mais de um, e talvez arranjasse outro por ter sido bloqueado.
A questão era que não sabia o que exatamente o heterocromático queria, também não fazia ideia do porquê insistir em algo que sabia que não daria certo.
Suspirou pelo cansaço mental e prometeu no fundo de sua alma que Todoroki a partir daquele dia era passado. Precisava se valorizar mais.
Ele não tinha que ser o amante se não quisesse, não tinha que aceitar ser a segunda opção, não tinha que se doar tanto a alguém que não o valorizava como merecia. Estava tudo bem deixar tudo aquilo para trás, e sabia que Todoroki não mudaria de ideia, por isso a mudança teria que vir de outro lugar e Izuku estava muito determinado a mudar de rumo agora.
[...]
Katsuki piscou sonolento ao despertar. Trocou de posição na cama grande e apertou a expressão querendo dormir de novo, mas algo o dizia que havia dormido demais. Seu corpo estava descansado.
Hiper descansado.
O que era estranho considerando a rotina que havia sido no decorrer da semana.
Não tinha escutado um pio do lado de fora, o que o ajudou a tirar o sono do século.
Levantou-se preguiçoso e foi a cozinha para tomar água despois de escovar os dentes e lavar o rosto, pensando em dar uma passada no quarto de Aya para ver se Izuku ainda permanecia lá, tudo estava estranhamente silencioso no apartamento e seu bom senso gritava sobre o fato de confiar em um homem que mal conhecia dentro da sua casa com sua sobrinha de duas semanas e meia.
![](https://img.wattpad.com/cover/323163892-288-k548984.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Please, be mine [BakuDeku]
RomanceKatsuki estava acostumado com a vida corrida e sem tempo, até que sua irmã deixa um bebê aos seus cuidados. Agora o loiro estava em um dilema, salvar a carreira ou dar atenção a um bebê que nem sabia quem era o pai. O problema era que, Katsuki havi...