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ANA

Saí da sala como se tivesse recuperado totalmente meu controle, o que era puro fingimento. A cada passo que dei em direção a minha última aula, senti minhas pernas bambeando. Eu ainda latejava de tesão e tudo o que eu queria era voltar e avançar naquela garota como se minha vida dependesse daquilo, mas se ela queria brincar, então nós brincaríamos. Não posso mentir que adorei esse jeito todo dominador de Kara, e a lembrança daqueles toques vão ser suficientes para me manter molhada por dias. Que delícia de mulher.

Nem o olhar mortífero que Renata me lançou fez com que meu ânimo acabasse.  Kara tinha colocado ela em seu lugar e ver aquilo de perto me deixou toda arrepiada, adoro mulheres que se impõe. Meu cérebro traiçoeiro ficava me levando de volta a sala de física, a memória da boca dela em meu pescoço e de como suas mãos agarraram minha cintura me faziam pegar fogo. Por várias vezes durante a aula me contorci em meu lugar, sentindo minha boceta  latejando tanto que quase pedi permissão para sair da aula mais cedo. E eu tinha certeza de que Kara sabia o que acontecia no meu corpo, pois a descarada não parava de me lançar aquele olhar safado. Vadia cretina.

O riso dela soou atrás de mim quando, assim que a aula acabou, recolhi minhas coisas correndo e parti para o banheiro. Me tranquei na cabine e tentei focar meu cérebro em qualquer coisa que não fosse ela, mas parecia que era impossível esquecer. Eu não podia, e nem iria, me masturbar no banheiro do colégio, posso estar desesperada, mas ainda não tinha perdido o juízo. Respirei fundo várias vezes, até ter certeza de que não daria bandeira, afinal de contas, meu corpo todo estava pegando fogo, e quando isso acontecia meu rosto virava um tomate de tão vermelho. Saí da cabine mais recomposta, lavei o rosto e finalmente me senti pronta para ir embora.

- O que você quer com ela? - Mal tive tempo de pôr o pé para fora do banheiro e já fui abordada por Renata, que estava com suas duas súditas de braços cruzados e cara feia me encarando.

- Ainda não tenho bola de cristal. - Respondi fazendo a sonsa, não pretendia entrar em um embate com Renata. Fazer isso era pedir para não ter paz, e eu gostava muito da ideia de terminar meu último ano letivo sem me preocupar com as armações de uma bonequinha mimada como ela.

- Sabe muito bem de que estou falando sobre Kara. - Avançando dois passos, ela se pôs a minha frente, me analisando dos pés à cabeça como se eu não passasse de um inseto nojento em seu caminho. - Ela é minha, eu a vi primeiro.

- Assim até parece que ela não passa de um brinquedinho para você, Renatinha. - Destilei tanto deboche que até me surpreendi. - Não pretendo entrar em seu caminho, aliás, vou te ajudar. Faremos nosso trabalho na minha casa, amanhã depois da aula, avise ela, e não se esqueça que Kara detesta quando usam apelidos.

Sorri da forma mais amável que pude. É Claro que eu entraria em seu caminho, passaria por cima dela se fosse preciso, mas ela não precisava saber disso. Adoro um perigo. Antes de sair e deixar Renata atônita, dei um tchauzinho só para complementar meu show. Garotinha insuportável. Até parece que eu me dignaria abrigar com outra garota por conta de alguém que eu quero ficar. Odeio esse tipo de coisa. Mulheres deviam se respeitar e se unir, o mundo já é machista demais para que briguemos entre nós, é uma pena que nem todas pensem assim.

Desprendi minha bicicleta e já estava pronta para ir, quando mais à frente, na rua, avistei Renata conversando com Kara. Ela realmente não iria desistir fácil, parei o que estava fazendo para observar. A nojentinha parecia focada em fazer charme para minha garota, enrolava uma mecha de cabelo no dedo e  parecia se segurar para não tocá-la. Aquilo me divertiu, ver Renata suando para conquistar alguém era novo para mim e não deixava de ser prazeroso. Já Kara parecia Muito desconfortável, ela olhava para os lados procurando uma maneira de fugir, e eu quase fui embora deixando-a sofrer nas mãos de Renata, mas tive pena. Pedalei até elas e coloquei a expressão mas inocente que pude em meu rosto.

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