meus olhos clamam pela morte

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meus olhos clamam pela morte;
o sono eterno  que a terra oferece;
o abraço macio que o horizonte pode dar;
o toque terno que o calor do sol tem.

eu não dedico esse poema ao primeiro verme que comer minha carne;
eu não dedico esse poema para Caronte que leva as almas aos Elíseos;
eu não dedico esse poema à paixão letal dos que amam;
nem dedico à própria que se dedica tão arduamente a ceifar vidas.

meus olhos clamam pela morte;
porque eles cansaram de acreditar na vida;
doce prazer que poucos tem;
o único prazer que os persuade tão suavemente é a morte.

para mim o morrer é lucro, disse o apóstolo Paulo;
se essa não fosse uma metáfora e realmente houvesse algum lucro;
eu teria incontáveis riquezas, por todas as vezes que morri.

esse poema não merece ser dedicado a ninguém;
porque ele não é um poema;
ele é apenas uma tradução do que minhas órbitas gritam... mas ninguém ouve;
só que elas ficaram roucas de tanto gritar; agora gritarão em silêncio, veladas atrás dessas palavras.

Palavras organizadas de uma mente caóticaOnde histórias criam vida. Descubra agora