O pequeno garoto corria desesperado pelas ruas da cidade turbulenta. A falta de ar já comprometendo seus pulmões que mal funcionavam. As calçadas lotadas de pequenos buracos e pessoas o fazia tropeçar a cada poucos passos. Pessoas, estas que trombavam no garotinho, sempre comentando coisas de mau gosto:
"Onde estão os pais dessa criança?"
"Que nojo"
"Vira lata"
"Favelado"
"Seus pais não lhe deram educação?"
Alex estava cansado, dolorido, odiava estas pessoas, sempre julgam o que veem pela frente, mas não se importam realmente com o que está encontecendo, não fazem ideia do que ele já passou.
Alex estava tão desesperado que mal notava as coisas em meio ao seu caminho para a fuga. Estava a ser seguido pelo policial a quase três quadras.
"Esse cara não se cansa?"– perguntou-se mentalmente. A dor abaixo das costelas começava a incomodar, a fadiga já era grande de mais para o pequeno corpo, sedentário e desnutrido.
Apenas havia escapado do orfanato, não roubou ou sequestrou ninguém, por que aquele homem insistia em seguí-lo? Ele não queria continuar naquele lugar.
Com as mãos roçando pelo pescoço sujo, entrou correndo quase trombando na parede do beco escuro. Correu e correu por aquela escuridão, pequenos roedores e homens de caráter questionável zanzavam por ali, ambos com cheiros fortes e desagradáveis. Ao fim do beco encontrou uma pequena bifurcação a esquerda, o suficiente para alguém de pequeno porte se esconder e passar despercebido.
Se arrastou pelo chão, e se encolheu no seu esconderijo, seria perfeito... se caso sua perna não fosse agarrada e unhas perfurassem sua pele pela força usada.
–Aonde pensa que vai gostosura? – a voz deconhecida e rouca se fez presente. – Venha aqui, preciso lhe mostrar algo divertido.
Alex preferia que fosse o policial no lugar daquele homem tão assustador. Rugas estavam espalhadas pelas suas bochechas, o nariz gordo e torto, além da expressão franzina que era tão assustadora. A barriga avantajada o impedia de agachar para agarrar a outra perna do garoto, isto permitiu que, com o chute dado, Alex se esgueira-se para o mais longe possível do homem.
–Seu malcriado! Nunca aprendeu a obedecer os mais velhos? – gritava o desconhecido, o bafo de bebida chegou às narinas do pequeno, este que fungou e uma careta se formou em seu rosto.
O garoto já se grudava a parede atrás de si, se fosse possível, de tanto se encolher, estaria fundido à parede.
As mãos daquele homem tentavam o alcançar a todo custo, arranhando os pés nus do garoto que toda vez que sentia o pé ser agarrado gritava em desespero e se debatia. Acertando vez ou outra a cara do homem.
–Deixa o Alex em paz!! — gritava até a garganta começar a lhe arranhar.
–Quando eu lhe pegar vou te ensinar a falar direito comigo! – ameaçou com a face enrugada de raiva.
Alex não sabia mais o que fazer, em seus 17 anos de vida nunca havia lidado com homens tão corpulentos e violentos. Sempre diziam que a inocência deveria ser preservada, mesmo que a tentação fosse tão grande.
Ele era nojento.
Procurou por qualquer coisa que o ajuda-se, o estreito buraco onde havia se metido era quase totalmente vazio, apenas pedaços de concreto quebrado e restos de algo que ele nunca vai querer saber...
Segurou o pedaço deformado de concreto na mão pequena e bateu com todas as forças na cara do homem.
Clack
VOCÊ ESTÁ LENDO
Baby Alex
Teen FictionAlex, um garoto de 17 anos que escapou de um orfanato, corre para salvar sua vida, a última coisa que queria era ser adotado. Mas bom... seus novos papais não pensavam assim.