cap 8

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No meio de toda aquela gente,eu o vi.Por quê isso tinha que acontecer?.O lado ruim de se apaixonar por alguém,e ter que confiar nela.Mas nós confiamos...., por que amamos essa pessoa.Até ela pisar e cuspir na nossa confiança.

Nossos olhares se cruzam,um olhar que antes me deixava arrepiada de atração,agora me deixa arrepiada de ódio,ele está horrível. Parece que não dorme há dias.

Mas não me importo,eu confiei nele...e é isso oque sempre ganho quando confio em alguém.
Nós ficamos nos encarando por alguns minutos,eu queria correr até ele e perguntar o que estava acontecendo,mas creio que está bem na cara.

Você me usou não foi? Esse tempo todo... você me usou.

O julgamento começa,o juiz chama as primeiras testemunhas que chegaram no local do acidente.

─ Podem trazê-lo! ─ O júri manda.

Então eu vejo. O homem que tirou tudo de mim.Minha vida.Minha família.Minhas esperanças.Tudo.

E ele parece tão....bem.Como se não tivesse matado 2 pessoas.

─ Jura dizer a verdade,somente a verdade e nada mais? ─ O policial presente pergunta. Ele assente

─ Sr.Mora,pode nos dizer exatamente o quê aconteceu aquela noite? ─ pede o Júri

Ele está me encarando.Do assento de testemunho ele está olhando no fundo dos meus olhos.Como se fosse um pecador se confessando para o padre.

Então começou...

─ Estava chovendo.Eu...tinha acabado de assumir a empresa do meu pai.Eu estava alegre que...iria poder ter uma segunda chance com a minha família.Eu mesmo queria fazer a mudança,aluguei um caminhão e eu estava indo em direção ao aeroporto por aquela rodovia - diz Sr.Ethan ─ Confesso que...bebi um pouco, começou a chover mais forte do que tinha sido previsto no jornal.Eu virei,por um breve segundo para desligar o rádio e....- ele para e começa a chorar.

Ele acha que merece se sentir triste?Por quê está sentado aí como se ele fosse a vítima?

─ Eu afundei o pé sem querer no acelerador,estava chovendo...achei que não teria problema já que não havia carros por perto.Mas então,um carro estava vindo na contramão da rodovia - ele chora,muito.- eu juro...juro que não era minha intenção, eles apareceram do nada... ─ Ele é interrompido pelo seu próprio choro novamente

Ele que mata meus pais, e ele que sofre?

Meu estômago está embrulhado.Não consigo..., não consigo me sentir triste,eu estou com raiva...quero matá-lo com minhas próprias mãos...

─ Pode ir se sentar ─ pede o juíz.

Me viro para o lado pra olhar para Miguel.Seus olhos estão voltados aos do pai, vejo que Ethan está pedindo desculpas.Eu sabia oque deveria fazer, mas eu preciso de alguém para culpar,se não eu não saberia lidar com a dor

─ Sra.S/n Thames,pode vir depor. ─ O juiz pede.Ele usou o sobrenome de solteira da minha mãe,parece que ela me registrou em segredo de meu pai, já que o mesmo não queria uma aberração com seu sobrenome.

Sigo em direção ao assento de testemunhas, não consigo tirar os olhos do Sr.Ethan.Quero que ele veja, veja oque ele fez.

─ Jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais? ─ pergunta o policial.

─ Juro.

─Srta.Thames, pode dizer exatamente o que aconteceu aquela noite? ─ O juiz pede

Me certifico de ter certeza que eu estava olhando nos fundos dos olhos de Ethan.

//𝒔𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒄𝒓𝒐𝒏𝒊𝒄𝒂𝒔,𝒎𝒊𝒈𝒖𝒆𝒍//~Miguel CazarezOnde histórias criam vida. Descubra agora