The Way I Loved You

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O dia estava nublado e frio. Naquele clima, Dazai Osamu acariciava o cabelo de seu namorado enquanto reunia coragem para lhe contar que havia sido convocado para participar da Segunda Guerra - mesmo que esta estivesse chegando ao fim após 3 anos do seu país ter atacado Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941 - devido a uma grande perda de soldados.

- Dazai, está tudo bem? Você parece perdido em seus pensamentos... - indagou Chuuya preocupado. - Amanhã irei viajar para visitar Kouyou, tens certeza que ficarás seguro aqui?

- Estou bem, meu amor! Não se preocupe, quando voltar de viagem estarei aqui te esperando de braços abertos. - Osamu sorriu e depositou-lhe um beijo na testa. - Eu te amo, Nakahara Chuuya.

Aconchegaram-se então na cama e permaneceram agarradinhos. Chuuya rapidamente adormeceu, já Dazai martelava com pensamentos à mil em sua mente ansiosa. Maldita hora em que o Japão se juntou aos alemães, apoiando a discriminação aos povos de outras nacionalidades. Já não bastava a ditadura nacionalista e preconceituosa do país inferiorizar o próprio povo? Pelo visto, não. A prova estava na expansão dos ataques aos países Aliados, eles revidaram e a tendência era piorar - com esses pensamentos, Dazai adormeceu somente quando o reflexo do crepúsculo na janela atingiu seu ápice.

Pela manhã, Nakahara arrumava as malas para encontrar sua irmã mais velha. Assim que terminou, se direcionou à cozinha para preparar o café da manhã e após finalizar foi até o quarto acordar seu namorado. Aproximou-se dele e o observou enquanto dormia pacificamente.

- Meu amor... - Balançou-o fracamente. - Dazai? - Ainda sem obter resposta, partiu para outra estratégia: caminhou até o banheiro e voltou com um copo cheio de água gelada, sentou-se ao lado dele e jogou em seu rosto, fazendo-o acordar na mesma hora. - Acordou agora, minha múmia falsificada? Venha tomar o café da manhã, eu fiz panquecas!

Osamu ainda processava o que seu amado tinha feito. O pane em seu sistema fora tanto que ele o olhou confuso e apenas começou a rir enquanto descia para comer a comida que tanto gostava e sentiria falta.

- É um jeito estranho de me desejar "bom dia", não acha, Chuu? - Levou ambas as mãos à cintura alheia e o puxou para um ósculo desajeitado, este que não durou mais que alguns segundos. - Vou te poupar dessa vez porque vai viajar, mas da próxima não me escapa.
Um cheiro delicioso podia ser sentido enquanto desciam as escadas e sentaram-se à mesa de frente um para o outro.

- Passa o mel para cá, Chibikko. - Dazai estendeu a mão e Chuuya o entregou o pote. - Sabe, Chuu, um dia quando não houver mais preconceito com pessoas como nós e a guerra acabar, vamos nos casar num campo cheio de rosas brancas e camélias vermelhas, e celebrar o nosso amor. - Um sorriso singelo surgiu em seus lábios quando ele alcançou a mão de seu amado e beijou-lhe suavemente os dedos.

- Dazai, isso é... eu não sei nem o que falar. Contudo, se isso foi um pedido, minha resposta é sim! Mil vezes, sim! - Com os olhos cheios de lágrimas, retribuiu o sorriso e Dazai sentiu o peito apertar, desejando guardar aquela imagem para sempre em seu coração.

Tudo parecia perfeito, exceto por uma coisa: faltava algo para selar este momento. Dazai vasculhou por algo em seus bolsos e o achou assim que encontrou uma pequena faixa branca perdida.

Isso deve servir, pelo menos por enquanto, pensou.
O moreno retirou a faixa e envolveu no dedo anelar de seu amado, amarrando-a com um laço simples.

- Você fica lindo de branco. - Dazai afagou-lhe a mão com tanto carinho quanto seu olhar transmitia, acariciando o anel improvisado.

- E você sabe usar bem as palavras, não é? Seu galã de quinta categoria. - O ruivo enrubesceu com o elogio e Dazai teve ainda mais certeza do que disse.

TSAR | SOUKOKUOnde histórias criam vida. Descubra agora