Vinho e avelã

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A casa de Yoongi tinha o cheiro dele, um cheiro mais alcoólico de vinho. Agora, se misturava com o cheiro forte de avelã de Hoseok. Era a casa deles.

Mas também, haviam se passado cinco meses desde o fatídico dia. Hoseok tinha uma rotina diária muito bem estabelecida, a qual se encaixou com a de Yoongi.

As pessoas ainda iam lhe visitar, principalmente sua família, mas desde que os boatos foram se espalhando como se Yoongi tivesse feito um caridade para Hoseok, ele passou a se isolar.

Geralmente só saía para ir à livraria, na mercearia com Jina que nem gostava que ele fosse junto, na floricultura, ir na modista e na casa de seus pais. Havia aderido dezenas de hobbies novos para passar o tempo, um deles, Yoongi que estava lhe ensinando. Tocar piano. Estava até tendo um avanço, mas quase nada significativo.

Aos poucos, Hoseok ia deixando a paixão que sentia por seu ex-noivo de lado, mas ainda se lembrando. De vez em quando ia até o livro que deixava na cabeceira da cama para reler a carta, uma vez ou outra chorava por ter sido largado. Mas entendia que era mais a questão de sua insegurança em ser largado que a paixão que sentia pelo visconde, já que aos poucos, Hoseok se encantava cada vez mais por Yoongi e não conseguia mais se imaginar, nessa vida, com outra pessoa além do alfa que havia lhe marcado.

Hoseok poderia ser disperso em diversas situações, e sua ingenuidade o fazia esquecer que a marca que tinha com Yoongi compartilhava suas emoções.

Para o alfa era como se estivesse sendo torturado cada vez que Hoseok parava para chorar e quando ele ia atrás ver era segurando um pedaço de papel no peito.

Era como se tivessem dado vários murros em seu peito.

E no exato momento, Yoongi estava com a cabeça nas mãos olhando para a carta que tentava escrever para seu irmão.

Precisava de ajuda.

Estava se afundando ainda mais no amor que sentia por Hoseok e não aguentava mais saber que não era amado de volta.

Antes mesmo de fechar a carta, a porta do seu escritório foi aberta e a única pessoa que entrava sem bater era Hoseok.

O ômega entrou quase saltitando, sendo observado por Yoongi que era fascinado na alegria de Hoseok. Quando chegou perto, Yoongi escondeu a carta e deu espaço para Hoseok que sentou em seu colo lhe mostrando quatros flores grandes.

Os braços de Yoongi rodearam a cintura fina de Hoseok. Cada toque que eles proporcionavam um para o outro era como se o corpo deles explodissem de ansiedade e excitação.

— O que escondeu de mim, Yoongi? — Hoseok falou semicerrando os olhos.

— É segredo de estado. — Yoongi deu um beijo no queixo de Hoseok. — Que deve ser escondido especificamente de você.

— Não acredito. Você está me fazendo de inimigo do estado?

— Sim. E inimigos precisam ser punidos.— Yoongi mordeu o ombro coberto de Hoseok. — Não é, meu Duque?

— Hm... Não sei. — O ômega tentou virar mais o corpo. — Às vezes pode ser que o estado esteja inventando regalias para o inimigo ser punido.

— O estado é masoquista.

— Será possível que o inimigo seja sádico?

— O inimigo que está em meu colo tem alta tendência. — Hoseok riu dando vários beijos nos lábios de Yoongi. 

— Você não tomou café comigo hoje.

— Me desculpe, Hobi. Desci rápido para escrever essa carta. — Yoongi apontou para a carta escondida. — É para o Jimin.

A Tolice do Amor | SOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora