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Tory atendeu o telefone e demorou para reagir, era como se estivesse falando com um fantasma. Deu uns belos gritos no ouvido de Miguel pelo susto que levou, depois contou a ele que Silver – e Robby – achavam que ele estava morto. Depois de chorar no ombro de Tory ao saber que Robby tinha sumido e receber de volta uma promessa de que seria avisado sobre qualquer novidade, Miguel se sentiu profundamente desamparado pensando no quanto Robby deveria estar sofrendo e se sentindo sozinho e abandonado.

Ele queria deixar um bilhete com Tory para provar que estava vivo, mas não queriam arriscar serem descobertos por Silver. Robby teria que acreditar na palavra dela, quando fosse encontrado. O próximo passo era conversar com Daniel e descobrir o que havia acontecido com Shannon, e Miguel ligou para ele assim que Tory foi embora.

Daniel disse que o detetive havia descoberto ligações suspeitas entre Silver e a clínica e sugeriu que talvez eles não estivessem realmente ajudando-a, mas mantendo-a refém. Se não conseguissem tirar ela de lá por bem, teriam que recorrer a meios alternativos. Miguel quase riu em choque ao ouvir Daniel sugerir sequestrar uma paciente, mas na situação em que estavam, poucas coisas eram inaceitáveis. Daniel disse que contataria dois amigos no exterior para ajudá-los e pediu a Miguel que tivesse apenas mais um pouco de paciência.

Robby passou o dia todo jogado na cama, chorando e se arrependendo de ter voltado para a mansão. Silver estava mantendo sua mãe em coma de propósito e ele estava ali, sem poder fazer nada. Se tivesse tentado fugir, talvez as coisas estivessem melhores. Mas não adiantava chorar pelo leite derramado, só o que podia fazer era pensar em alguma forma de sair dali. Mesmo que seu coração estivesse totalmente partido, ele não podia desistir. Agora que estava preso ali, nem teria mais notícias de Kenny, a não ser que Silver o deixasse entrar em contato, mas não acreditava em tamanha generosidade… não de graça. Podia sentir o incômodo constante do plug e quando precisou retirá-lo para ir ao banheiro e tomar banho, soube que usá-lo o tempo todo seria bastante desconfortável, já podia sentir a pele irritada. Tentava nem pensar na coleira para não enlouquecer de vez.

Silver retornou à noite e tinha uma bandeja e uma bengala em suas mãos. Deixou-as naquela estrutura que Robby achou que lhe serviria como mesa e chamou-o para mais perto para que pudesse ver do que se tratava. Robby se aproximou, ainda em cima da cama, e Silver retirou a tampa de um dos recipientes, revelando alguns pedaços de peito de frango grelhado e alguns cubos de abóbora.

"Trouxe uma comidinha bem saudável pra você. Se você for bonzinho, vai comer direitinho hoje." Silver disse, com os olhos brilhando de malícia.

Retirou a tampa de outro dos recipientes e Robby se surpreendeu ao ver que não era comida, mas um arco de silicone com orelhas brancas e peludas que combinavam perfeitamente com a cauda que usava. Conhecia Silver o suficiente para saber que a humilhação estava apenas começando.

"Vem cá e abaixa a cabeça."

Robby estava enojado. Pensou em desobedecer, mas seu estômago estava doendo de fome, então se aproximou mais da beirada da cama e abaixou a cabeça para deixar o outro pôr o arco nela, completando sua fantasia. Pelo menos por enquanto.

"Muito bem! Bom menino. Pode descer, vem." Silver disse, se aproximando do canto do cômodo onde ficava o potinho de Robby e virando a comida dentro dele. Quando Robby se aproximou, o mais velho acariciou as orelhas peludas e seu cabelo, enquanto explicava o que esperava dele:
"Patinhas no chão. Se você tentar tocar com elas na comida, vou tirar seu prato e vai ficar sem nada até depois de amanhã, entendeu?"

Robby acenou afirmativamente e Silver não se deu por satisfeito. "Tsctsc, já te ensinei. Como você mostra que entendeu, Diaz?"

"Au", Robby disse, desanimado.

Segredos Perigosos (kiaz/Robbyguel)Onde histórias criam vida. Descubra agora