Ísis. | l.h

11.

Luke pousara a sua cabeça nas minhas pernas enquanto mexia nos seus cabelos loiros sujos. Ele estava preocupado e ansiosa para saber o estado de Luca. Apesar de saber que ele está a lutar por mim, continuo com medo do que possa acontecer. Continuo com medo que ele desista e que fique preso no limbo e eu não estou preparada se isso acontecer.

"Ísis?"

"Hm?" Paro de mexer no seu cabelo e deixo-o levantar-se.

"Eu sei que continuas com medo do que possa acontecer. Eu sinto isso." Um pequeno suspiro escapa entre os meus lábios. "Eu sei que não te descansei."

"Sim, não me descansaste." Admito, ao mesmo tempo que baixo o meu olhar. "Eu entendo que queiras partir, Luke. Afinal de contas, se perderes o Luca, não há nada que te prenda aqui."

"Isso é mentira." Ele afasta-se, parando à frente da porta do seu quarto. "Ainda existe alguém que me prenda aqui."

"Claro, os teus melhores amigos."

"Não, és tu, Ísis!" Assim que ele profere tal coisa, a minha boca entreabre-se um pouco e as suas bochechas encontram-se um pouco mais rosadas do que o costume.

"Luke--" Assim que pronuncio o seu nome, ele desaparece deixando-me sozinha.

Levei o meu olhar até lá fora e pensara na pequena conversa que acabara de ter com ele. Não entendo o porquê de ser eu a razão de o prender a este mundo doloroso em que todos os dias morre pessoas. Como é que ele quer ficar preso por mim? Eu enfrento perigos todos os dias. Eu acredito que ele ia se farta de mim.

Estive durante bastante tempo sozinha, onde pensara em tudo e em nada. Ouço passos e olho para a porta por cima dos meus ombros e logo vejo a minha mãe. Ela senta-se ao meu lado e agarra a minha mão.

"Há novidades?" Pergunto e as lágrimas invadem o rosto da minha mãe. "Ele morreu?"

"Sim." A minha mãe diz entre soluços. "Tentamos de tudo, querida. Ninguém sabia o que acontecia com Luca."

Nesse momento vejo Michael e atrás si, encontrava-se Luke. As lágrimas invadiam o seu rosto e logo que levo o meu olhar para a máquina vejo que ele está a sofrer uma paragem. A minha mãe começa aos berros para chamar a atenção dos enfermeiros/médicos. Começara a chorar por estar a assistir aquilo novamente e levanto-me, retirando-me daquele quarto e só paro junto de Michael e do Luke também.

"Queres morrer, Luke?" Pergunto com o meu olhar preso nele. "Então morre! Porque eu não aguento estar constantemente a ver-te a sofrer paragens!"

Sigo até ao elevador e assim que entro no mesmo e as portas se fecham, caio de joelhos no chão e choro compulsivamente. Michael aparece rapidamente e envolve os seus braços em mim.

"Ísis, tu precisas de voltar! Ele precisa de ti."

"Eu não aguento mais, Michael. Eu estou cansada." Digo a soluçar. "Eu preciso de ir para casa." Após ter dito isto, o elevador pára e o Luke aparece.

"Por favor, não vás embora." Ele pede com os olhos a brilhar devido as lágrimas ameaçarem cair. "Eu já estabilizei. Apenas volta."

"Eu preciso de ir embora." Repito.

"Eu não te vou deixar conduzir nesse estado, Ísis." Michael grita e aperta-me contra si.

"Tu não percebes?" Levo o meu olhar até ao meu irmão que se encontrava a irritar-me neste momento. "Eu não consigo estar perto do Luke, neste momento!"

"E porquê?" Luke questiona-me enquanto se sentara à minha frente.

"Porque eu vi-te sofrer duas paragens! Porque eu pensei que ias morrer mesmo à minha frente!" Grito e ele fica imóvel, mas as suas emoções encontravam-se em confronto, vejo isso porque ele não sabe se chora ou se grita comigo por ter feito o mesmo.