Luizinho
O morro tava ficando uma bagunça, o gl tava se achando o dono, tava querendo crescer pra cima de geral aqui, principalmente pra cima da luluzinha, se ela não se ligar ele passa a perna rapidinho.
Júlia: acho melhor tu não se meter nisso aí não. - ligou a televisão.
Luizinho: eu não vou ficar servindo de babá pra esse zé mané não tiow, tá louca.
Júlia: ele não é teu amigo, Luizinho? - riu. – tu tem que ter paciência com teu amigo - debochou.
Luizinho: eu não vou mais conversar contigo não. - me levantei já puto.
Júlia: oooh amor, voltar aqui - riu. — vamo conversar.
Luizinho: conversa sozinha aí, ficando tirando mó onda com a cara do cara. - peguei minha arma e sair.
Júlia: leva pro coração não. - gritou enquanto gargalhava.
Desci a rua e fui direção pra boca, hora do almoço tinha acabado, hoje tinha baile gostosinh e tinha que organizar as coisa.
Paulista: ei porra - olhei pra trás. — fumaça tá de procurando. - parou a moto do meu lado.
Luizinho: aonde esse cuzão tá?
Paulista: tá la perto da entrada do morro.
Luizinho: me leva la então.
Paulista: ih vou não, vou na casa da minha nega agora.
Luizinho: é rapidão caraio, depois tu volta pra tua rádio patroa.
Paulista: sobe logo nessa porra aí arrombado - subir. — se eu escutar quando eu chegar em casa, tu me paga. - arrancou com a moto.
Luizinho: é muito gay mesmo, mandado pelo mulher porra.
Paulista: cala boca que eu bem sei que a Júlia que te manda.
[...]
Fumaça: tu vai ajudar ele. - neguei.
Luizinho: vou é porra que vou, tenho nada a ver com isso não meu parceiro.
Fumaça: siow eu precisei mandar resolver uma coisa pra mim e o mlk não ia ter tempo de levar as coisa dele pra casa da raissa.
Luizinho: e pq a mina dele não vai pegar?
Sorriu.
Fumaça: tá maluco, tá querendo guerra no morro, bateu a cabeça na parede, mlk?
Luizinho: ih ala, por quê?
Fumaça: mlk lerdo, tu vai querer mesmo que a raissa busque as coisas do gl na casa da Analu?... meu irmão, ela não sair viva daquela casa.
Cocei a cabeça.
Luizinho: faz sentido.
Fumaça: então tu vai lá buscar e levar pra casa da outra - concordei.
Luizinho: aí? - me olhou. — ainda não tô acreditando que ela botou ele pra correr - rir.
Fumaça: foi a melhor decisão que ela tomou, pelo menos por enquanto. - concordei.
[...]
Luizinho: vamo logo, Júlia!
Júlia: calma aí, tá apressado por quê?
Luizinho: quero aproveitar o baile, minha filha.
Júlia: tá muito apressado, marcou com alguém por acaso? - saiu do quarto. — porquê tua mulher tá aqui
Luizinho: ih, já tá tendo um daqueles teus surtos, se for, me avisar, pra mim vazar.
Júlia: tá esperando o quê?
Luizinho: e tu vai como, posso saber? - cruzei os braços.
Júlia: vou a pé.
Luizinho: com esse salto? - rir.
Júlia: tô procurando a graça - fechou a cara e passou por mim.
Peguei a chave da moto e fui atrás.
Subir na moto e esperei a bonita subir. Mas a doida passou direto por mim.
Luizinho: ta indo pra onde maluca?
Júlia: pro baile, pra onde mais?! - começou a subir o morro.
Ela não ia muito longe com aquele salto, o salto maior do que ela.
Liguei a moto e fui me aproximando dela.
Luizinho: sobe logo Júlia, não tô mais brincando.
Júlia: meu parceiro, já falei, vou a pé, pega teu beco, não era tu que tava apressado pra ir, vai lá.
Minha paciência tava no fim já.
Luizinho: sobe, Júlia!
Continuou andando sem dizer uma palavra.
Júlia: beleza, tu não queria ir andando, agora tu vai, se fuder mané. - acelerei a moto e fui embora.
A mina tá cheia de mimimi pra cima de mim desde certo, tá pensando que sou algum comédia.