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Namoral, eu tava com puta medo da mina cair dessa moto antes mesmo da gente chegar no morro, e eu que ia me arrombar no final da história.

Gl: mina, se segura em mim, fazendo o favor.

Do mesmo jeito que ela tava, ela ficou.

Aumentei a velocidade e meti marcha. Não demorou muito pra gente chegar no morro, parei em frente a casa dela.

Ela desceu da moto sem dizer nada e saiu andando até a entrada da porta, fiquei observado.

A mina tava muita bebada/chapada, tava vendo a hora dela cair.

E foi isso que aconteceu logo em seguida.

Analu: aaaaah - pulei da moto. — meu pé, meu pezinho tá doendo.

Era de se esperar que acontecesse isso, a porra do salto maior que o corpo.

Gl: vem, se apoia em mim. - passei o braço dela por cima do meu ombro.

Analu: eu não consigo levantar, tá doendo.

Gl: tá, cadê a chave da casa?

Ela tirou do bolso.

Gl: segura aí. - peguei ela no colo.

Ela abriu a porta e a gente entrou, botei ela no sof. Me sentei de frente pra ela na mesinha de centro e peguei o pé dela pra mim da uma olhada.

Analu: tá torcido.

Gl: caralho, nem tinha percebido.

Analu: tu vai ter que puxar. - olhei pra ela.

Gl: eu?

Analu: tem mais alguém aqui?!

Gl: já ta boazinha né?

Analu: é claro, eu tô sentindo dor, meu parceiro. - respirou fundo. — olha, se eu mesmo pudesse puxar não estaria pedido pra tu fazer isso.

Se desse merda, só ia cair pra cima de mim.

Gl: mina, tu não quer ir no postinho, eu te levo.

Analu: Miguel, caralho, eu tô com dor, puxar logo essa porra e larga de ser um cuzão.

Antes dela dizer mais alguma coisa, puxei de vez.

Analu: aaah.... - tampei a boca dela com a mão.

Daquele jeito ela ia acordar a comunidade toda.

Analu: seu filho da puta! - falou abafado.

A lágrima escorreu pelo rosto.

Gl: vou pegar uma água pra te. - me levantei e fui na cozinha.

Certeza que depois dessa dor, o álcool que tava no corpo dela evaporou.

[...]

Tinha subido com ela para o quarto pra ajudar ela enfaixar o tornozelo.

Engraçado que enquanto eu tava enfaixando o pé dela veio uns flesh, eu lembro que a gente tava nessa mesma cama, lembro de ter tentado beijar ela e ela virar o rosto, olhei pra o dela ela olhava e lá tava a foto do lobo, na mesinha de cabeceira.

Analu: gl? - me cutucou com o pé. — colfoi?

Olhei pra mesinha de cabeceira, a foto do lobo continuava do mesmo jeito do que eu lembrava.

Analu: Miguel, ce lembrou de alguma coisa? - olhei pra ela. — lembrou?

Gl: Não.

Murmurou "hum" e abaixou a cabeça.

Gl: eu já tô indo, qualquer coisa tu aciona os vapor, eles já tão aqui na porta. - deixei o rapidinho perto dela e sair.

Tá maluco, a cada lembrança que eu tinha, mais confuso eu conseguia ficar.

Analu 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora