Acabou perdendo o sorriso que se formou no rosto de Robin.

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— Onde é que você estava? - Bruce estava fazendo o maior escândalo quando eles se encontraram na sala de ciências. — Eu rodei essa escola inteira. Você disse que iria me esperar!

Finney estava tentando ignorar os olhares à volta - principalmente o de Moose - para poder também ignorar a vergonha que estava sentindo.

— Eu tive que... que... bem, eu tive que fazer...

— Não comece com desculpinhas. - Bruce interrompeu, se sentando na cadeira e puxando Finney para fazer o mesmo. — A verdade.

— Pergunte ao Billy, ele sempre sabe o que acontece.

— Também sei quando me chamam. - Surgiu por trás dos dois amigos, que quase pularam de suas cadeiras.

Por que toda vez que aquele maldito entregador aparecia tinha que ser dando um susto? 

— Billy, oi. - Finney sorriu gentilmente, apagando todo o susto de seu rosto. — Estávamos falando de você agora.

— Eu sei. - Billy puxou a cadeira de sua mesa e colocou ao lado de Finney. O professor estava atrasado, e o garoto parecia saber exatamente quando a autoridade voltaria. — Estou aqui por causa disso.

— Billy, desde quando você estuda na mesma sala que a gente no período de ciências? - Bruce perguntou, sem lembrar da presença do menino nas últimas aulas.

— Desde sempre. Eu só fico quieto no meu canto. - Estava totalmente relaxado, como se soubesse que conseguia apagar sua presença em um piscar de olhos. — Enfim, Bruce, o que você quer saber?

— Onde o Finn estava no recreio.

De volta ao assunto que Finney não queria entrar. Tinha falado na brincadeira sobre Billy. Não sabia que o garoto estava na mesma sala.

— Bruce, você está pedindo demais. - Billy suspirou. Era mania das pessoas da escola acharem que o garoto sabia sobre tudo e todos da escola, quando, na verdade, só sabia das notícias principais. — Eu estava com meu informante.

Toda vez que Billy citava o "informante", despertava curiosidade em seus amigos, mas ninguém se atrevia a perguntar.

Finney suspirou de alívio com a resposta do garoto. Pena que não durou mais do que alguns segundos.

— Mas eu sei que Robin Arellano foi à enfermaria com o Finney. - E lá estava de volta o maldito olhar de Bruce enfiado bem na sua cara. — Foi mal aí.

— Finn. Finn. Finn. Finn. Finn. - Bruce parecia um disco arranhado. Finney queria chorar e nem sabia o porquê. 

— Billy... - Pediu socorro com o olhar.

— Perdão. Minha boca falou primeiro do que eu.

Essa analogia nem fazia sentido.

— Você não morria de medo de Robin Arellano? - Bruce franziu a sobrancelha. — O que você-

— E de quem esse merdinha não tem medo?

A primeira coisa que Finney pensou foi que todos ali pareciam ter um estranho costume de interromper uns aos outros.

A segunda foi que sua ansiedade estava de volta com o certo alguém que apareceu pelas suas costas. Fez questão de olhar para a mesa desesperadamente. 

— Moose, você já voltou? - Billy virou-se e se colocou na conversa, vendo o desconforto de Finney. — Não tinha levado uma surra do Robin Arellano, que, por um acaso, é exatamente o tema da nossa conversa?

Por que o Billy estava se metendo onde não tinha sido chamado?

— Seu... - Moose recebeu um sorriso de canto do garoto que tinha lhe provocado. — Que tal descobrir se eu levei ou não?

Príncipe CharmosoOnde histórias criam vida. Descubra agora