ANTES DA SEPARAÇÃO

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Cuba - Havana, casa de Hannibal e Will Lecter.

Will deu um suspiro de alívio quando voltou para casa depois de um dia de pesca. Ele está do lado de fora da porta de sua casa em Cuba e quase pode sentir o cheiro da comida de seu marido e ouvir um disco de ópera tocando ao fundo - mesmo sabendo que Hannibal estaria fora até tarde esta noite.

Ele suspira com saudade e saboreia todos esses sentimentos, os guardando em seu coração, e então abre a porta que não está trancada, eles não precisam trancar a porta aqui - qualquer um seria um tolo (e o jantar de amanhã) se atrevesse a entrar sem permissão.

Will tira os sapatos e os coloca ao lado da porta em uma pequena sapateira, sua cadelinha late de prazer enquanto ela corre para cheirá-lo.
Ele ri, acariciando ela na cabeça antes de prontamente subir as escadas para o quarto para tirar todo esse sangue.

Encefalite o segue e logo se deita no lado da cama de Hannibal. Seu marido ficaria puto por isso, mas Will a deixou lá.

Deve ser surpreendente como isso se tornou normal. Deveria ser mais surpreendente como ele se sente calmo com tudo. Mas ele superou isso há uma vida atrás, e agora, ele está aceitando totalmente seu devir.

Tudo o que ele precisa agora é lavar esse sangue antes que ele realmente seque na pele e Hannibal fique poético sobre como ele era divino quando sujo de sangue.

Ele tapa o ralo da banheira e abre a torneira.

A camisa que ele estava vestindo é uma causa perdida e os jeans estão rasgados além do reparo, então ele apenas os jogou bem no fundo do armário antes de afundar em uma banheira de água quente e fumegante, fechando os olhos enquanto sua cabeça bate na borda traseira.

Ele os abriu novamente para observar o sangue escorrer e se espalhar em tentáculos perversos na água, levantando a mão e observando o líquido vermelho escorrendo pelo pulso e pelo braço. Seus olhos se fecharam e seu corpo relaxou.

A porta da casa foi aberta e Will se permitiu sorrir.

- Querido ?

Hannibal o chama do andar de baixo.

- Na banheira, amor. - Avisa e se sente satisfeito ao ouvir os passos do marido, em qualquer outra situação, Hannibal seria tão silencioso quanto um gato, mas agora tudo que ele quer é ver Will.

Seu monstro entra no banheiro já arregaçando as mangas, ansioso para tocar Will.

- Saudades, mon cher?- brinca, sabendo que Hannibal Lecter não cora, mas seu rosto fica notavelmente mais quente sempre que ele o chama assim.

O coração de Will se aquece quando ele abre os olhos e vê Hannibal com aquele sorriso glorioso no rosto, seu marido estava feliz em vê-lo tanto quanto Will.

Ele se ajoelha atrás da banheira e ergue o queixo de Will para compartilhar um beijo profundo. Os dedos de Will se erguem, puxando o cabelo mais longo e prateado do jeito que Hannibal gostava, fazendo-o rir baixinho. Depois que ele precisava respirar, ele tenta se afastar, apenas para Hannibal pressionar seu rosto contra seu pescoço para cheira-lo.

- Ah, querido. - Ele suspirou, sua mão gentilmente esfregando um músculo duro no pescoço de Will. - Meu amor, você esteve longe por tanto tempo.

Sua voz era tão cheia de saudade que Will quase se esqueceu de que era Hannibal quem demorou para chegar.

- Eu só saí por duas horas, amor, você quem ficou longe por tempo demais.- Will diz com carinho, sabendo que Hannibal odeia ser descrito como pegajoso, embora isso lhe caia perfeitamente.

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