O PESO DA VERDADE

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Eles não cessavam de aparecer; essas criaturas infestavam o cenário como um formigueiro gigante

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Eles não cessavam de aparecer; essas criaturas infestavam o cenário como um formigueiro gigante. Helena já havia esgotado todas as suas munições contra os humanoides. Arriscaria dizer que eram mais de duzentos mil, todos enfurecidos e famintos por destruição. Jasmim, por mais que se esforçasse, não conseguia acompanhar o ritmo dos outros. O ferimento em sua perna a impedia de mover-se com agilidade, deixando-a cada vez mais para trás.

Percebendo o afastamento da moça, Bianca saiu em disparada em sua direção, puxando-a para trás e apontando sua pistola na direção da horda que se aproximava. Liz também voltou para ajudar, puxando a moça pelo braço e auxiliando-a a alcançar o grupo. No entanto, Bianca não teve a mesma sorte. Assim que correu para retornar ao grupo, foi surpreendida por uma criatura anormal e animalesca, com cerca de um metro e meio de altura, pele queimada e deformada. Se fosse para fazer uma comparação, parecia uma mistura bizarra de um cachorro zumbi com um tigre selvagem. Para os sobreviventes, eles eram chamados de "Bestiais".

Enquanto corria, Jasmim ouvia os gritos de sua companheira sendo despedaçada pela fera no lugar dela. Os pensamentos da moça nunca estiveram tão confusos. Ela sabia que o mundo era perigoso e que, eventualmente, as pessoas morrem, mas não queria que isso acontecesse por sua causa, devido à sua rebeldia e falta de compaixão.

Horas antes...

Já se passaram dois dias desde que o grupo começou a busca por uma concessionária. De acordo com Henrique, a mais próxima estava a algumas horas de distância da sua posição atual. Durante o trajeto até ali, o grupo enfrentou inúmeras hordas pequenas de humanoides. Helena aproveitou esses momentos para transmitir mais conhecimento sobre o mundo exterior a Jasmim, que ouvia e absorvia tudo com atenção.

Em meio a uma de suas paradas, o grupo descansava em um bar, ou melhor, no que restou de um bar, quando Nicolau veio da cozinha com duas garrafas de whisky:

— Olha a maravilha que eu acabei de achar — gritou alegre, enquanto balançava a garrafa.

— Finalmente, meu sangue já estava precisando de álcool — respondeu Henrique se levantando e esfregando as mãos.

— O que é isso? — perguntou Jasmim; não havia bebidas alcoólicas no bunker, lá eles sempre comeram comidas saudáveis e cultivadas dentro das estufas.

— Isso? — perguntou Nicolau esticando a garrafa para a moça — Isso é um gostinho do mundo, garota.

— Do mundo antigo, é claro — complementou Bianca.

— Eu posso provar? — Jasmim perguntou esticando os braços em direção à garrafa.

Liz e Rodrigo se olharam, mas não se opuseram à permissão concedida por Gerônimo.

— Um brinde à salvação — Bradou Gerônimo, sendo respondido por todos com o mesmo grito.

Algumas garrafas depois, todos os membros do bando já estavam completamente bêbados, menos Jasmim, que odiou o gosto da bebida; era como se estivesse bebendo o próprio fogo, o álcool queima sua garganta e seu estômago. Por que alguém gostaria de beber aquilo? Independente da opinião da moça, todos naquele bar adoravam a bebida, gostavam tanto que estavam todos alterados.

𝚁𝚎𝚗𝚊𝚜𝚌𝚎𝚛 | 𝙿𝚛𝚘𝚓𝚎𝚝𝚘 𝚃.𝙸.𝚃.𝙰.𝙽Onde histórias criam vida. Descubra agora