A MORTE DA INGÊNUIDADE

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  Jasmim não conseguia desviar os olhos da janela, assombrada pela culpa que a consumia por dentro

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  Jasmim não conseguia desviar os olhos da janela, assombrada pela culpa que a consumia por dentro. Já se passavam duas semanas desde o incidente, e todos estavam alojados na escola. Ela havia escolhido uma das salas na secretaria para ser seu quarto improvisado, utilizando um saco de dormir debaixo da mesa e sua mochila como travesseiro para proteger seu pescoço. Liz optou pela sala ao lado, ainda perturbada pelo que testemunhara. Ela não conseguia tirar da cabeça a possibilidade de que aquilo poderia acontecer novamente, e estava determinada a estar por perto para evitar mais destruição e morte.

Desde os eventos no bar, Rodrigo não havia falado mais com Jasmim. Isso não a incomodava tanto, pois ela preferia evitar contato com todos. Ignorava completamente quem quer que entrasse em seu quarto, enquanto mantinha os olhos fixos na janela, observando os prédios destruídos e o caos que reinava pelas ruas além dos muros da escola.

Então, o som da porta se abrindo ecoou pelo cômodo mais uma vez, interrompendo seus pensamentos. O clique da fechadura despertou em Jasmim uma enxurrada de emoções sombrias, mas a voz que a chamou era diferente.

— Vai continuar se escondendo dos seus problemas? — perguntou Helena.

— Eu disse que não quero ver ninguém — retrucou Jasmim, sua voz carregada de frustração. — Vocês não podem respeitar minha vontade?

— Você não consegue parar de matar pessoas? — As palavras de Helena ecoaram na mente de Jasmim, despertando sua ira. — Eu não matei ninguém.

— Suas mãos estão mais manchadas de sangue do que você pode imaginar, Jasmim. — Helena se aproximou, segurando o queixo da jovem com firmeza, fazendo-a sentir um arrepio de medo percorrer sua espinha.

— A cada dia que você passa nessa janela, mais inocentes morrem ou se transformam em monstros lá fora — Helena empurrou Jasmim contra a parede, sua voz impregnada de desdém. — Você é fraca demais, incapaz de enxergar além do seu próprio umbigo. Mas isso vai mudar. Você vai parar de se lamentar e de se esconder toda vez que algo não sair como planejado.

— Nem todo mundo consegue ser tão frio quanto você, Helena — retrucou Jasmim, sua voz tremendo de raiva.

— A frieza é uma arma poderosa nas mãos daqueles que sabem usá-la. Ela não apenas nos protege contra o caos lá fora, mas também nos ajuda a enfrentar nossos próprios demônios.

Jasmim afastou-se de Helena, seus olhos perdidos em um vazio abissal enquanto mergulhava em seus pensamentos tumultuados.

— Então me ensina.

— O quê? — Helena perguntou, surpresa.

— Me ensina a ser tão fria quanto você. A ser forte, destemida diante do perigo. Me ensina a enfrentar meus próprios demônios.

— Você quer que eu te ensine?

— Sim. E em troca, eu vou te ajudar com suas pessoas e com seu projeto de colônia — Jasmim encontrou o olhar penetrante de Helena com determinação. — Se você quer que eu derrote o presidente, vai ter que me ensinar como sobreviver neste mundo que ele criou.

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⏰ Última atualização: Apr 26 ⏰

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