Sirenes

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As ambulâncias, o som ensurdecedor delas chegando e parando em frente a casa me assombra, a sensação de medo rondando...
Tudo poderia ser diferente se naquela noite, não tivéssemos brigado, ele saiu enfurecido, as minhas lágrimas escorriam por todo o travesseiro.
Senti uma pontada no peito que me fez despertar e um choro incessante começou, me levantei e sai de casa parando na porta e vendo toda a movimentação. Neste momento, minhas pernas bambeiam, meu corpo treme, eu não vejo nem escuto nada.
Uma faca. Uma única faca, eu não tinha ideia do que ele passava, do que estava acontecendo e da bagunça que existia, mas agora eu sei.

"Eu faria qualquer coisa para te abraçar uma última vez, te dar um último beijo e depois, finalmente colocar um fim. Assuntos mal resolvidos acabam voltando de alguma forma, e por mim, ainda sinto sua falta. Espero que me perdoe, me perdoe por não perceber e por ajudar a destruir tudo."

Deixo a carta no caixão durante seu funeral, e junto uma rosa preta, que representa a escuridão que minha vida se tornou.

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