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— Admiti logo, Riki! – O coreano seguia o mais alto pelo olhar até chegar na porta do banheiro.

— Que saco, hyung, eu já disse que eu não sou gay! – Abriu a porta bruscamente.

— Se não fosse, não estaríamos aonde estamos. – Dizia enquanto serrava suas unhas.

— Você que começou com isso, o gay aqui é você.

— Sou mesmo, e tenho orgulho disso. – Levantou e caminhou ate o mais alto, ficou de frente para si de braços cruzados. — Diferente de você, que tem medo de se assumir colorido.

— Por que assumiria algo que eu não sou? – Revirou os olhos.

— Você não me engana, Nini. – Riu debochado.

— Com licença, preciso tomar meu banho. – Iria fechar a porta do banheiro mas Sunoo entrou rapidamente e fechou a porta. — Tá doido?

— Quer fugir de mim agora, amor? – Foi se aproximando mais ate prender o maior contra o mármore da pia e seu corpo.

— Não começa com essas baboseiras. – Desviou o olhar "irritado".

— Você gosta que eu sei. – Fez o maior olhar para ele, segurando em seu queixo com uma certa força. — Como também sei que gosta quando eu tomo as rédeas.

— Eu realmente preciso tomar banho, hyung, se não for incomodar, poderia sair? – Se afastou do menor e colocou a toalha no armador.

— E qual o problema de eu ficar aqui? Já te vi sem roupa várias vezes, amor. – Mordeu o lábio inferior.

— O problema é que dessa vez eu não tô confiando em você. – Tirou a camisa deixando seu abdômen exposto.

— Acha que eu vou abusar de você? – Desviou o olhar para o espelho e passou a analisar seu rosto.

— Acho. – Revirou os olhos, deu de ombros e continuou se olhando no espelho.

Sentiu algo quente bater contra suas costas, ergue o rosto e viu o reflexo de Niki atrás de si. Se virou lentamente e olhou nos olhos do maior.

— Quer me matar do coração? – Arqueou uma sobrancelha.

— Quero, pelo menos não iria mais ver essa sua cara feia. – Colocou seus braços de cada lado do corpo de Sunoo.

— Você iria sentir muita falta dessa "cara feia". – Fez aspas com as mãos. Rodeou seus braços no pescoço do maior, puxou ele para mais perto deixando seus rostos em uma distância razoável. — Você não conseguiria viver sem mim.

— Tem razão. Mas teria a Taeyoon para me consolar. – Sorriu provocativo.

— Jura? – Sua voz tinha um tom de decepção, mas o japonês era lerdo demais para perceber. — Tenho certeza que ela não chega aos meus pés.

— Verdade, ela é bem pequena mesmo. – Disse risonho e o menor bufou. — O que?

— Nada, Nishimura, nada. – Tentou se afastar mas Niki era mais forte. — Eu quero sair, será se eu posso?

— Agora você quer sair? Por que? – Franziu o cenho.

— Tô com fome, agora me solta! – Empurrou o corpo do maior e saiu do banheiro pisando forte.

— Tá bom... – Coçou a nuca e terminou de tirar suas roupas para tomar banho.

[. . .]

Sunoo preparava um sanduíche para ele enquanto xingava Niki mentalmente. Não entendia como o japonês poderia ser tão burro e não perceber os sentimentos do Kim, porque ele não queria dizer isso para seu melhor amigo que se dizia hétero e que ainda falava de outra pessoa quando estava consigo. Como Sunoo odiava Taeyoon pelo simples fato de seu nome não sair da boca do Nishimura.

— O que tá fazendo? – Revirou os olhos quando ouviu a voz do mais novo. — Não me ouviu?

— Caralho Nishimura, não ta vendo que eu tô fazendo sanduíche? Além de lerdo é míope. – Colocou o outro lado do pão em cima do queijo com um pouco de força, o que fez o alimento ficar amassado. — Merda!

— O que deu em você? Por que tá agindo desse jeito? – Tentou se aproximar do menor mas ele saiu quase correndo de perto dele. — Por que você tá correndo de mim? Sunoo! Sun! Kim Sunoo, volta aqui!

Puxou o braço do garoto com força sem querer, fazendo ele derrubar o sanduíche e cair no chão com seu braço sendo segurado.

— Olha o que você fez, seu idiota! – Sunoo puxou seu braço e ajuntou o sanduíche do chão, voltou para a cozinha e jogou no lixo.

— O que eu fiz? O que você fez! Por que tá assim comigo, hyung? Eu falei ou fiz algo que te deixou bravo? – Mais uma vez tentou se aproximar do menor.

Quando Sunoo virou-se para encarar o japonês, sentiu-se a pior pessoa do mundo por deixar Nishimura vê-lo chorar. Seus olhos estavam minimamente fechados, o rosto vermelho, as lágrimas caindo por suas bochechas e os soluços altos que ecoavam pela cozinha.

— Sun... – Tocou a bochecha do menor, mas o Kim afastou rapidamente a mão dele.

— Eu tenho que voltar pra casa. – Disse tentando controlar o choro.

— Não posso deixar você ir nesse estado. – Seguiu o garoto até seu quarto, vendo ele juntar suas coisas e colocar sua mochila nas costas. — Sunoo, deixa eu te levar pra casa.

— Não precisa, pode ficar ai, a gente se vê amanhã na escola. – Fechou a porta da casa do amigo e andou pela calçada até sua casa.

I'm Not GayOnde histórias criam vida. Descubra agora